Continua amarga a derrota que o Águia de Marabá sofreu para o Paysandu pelo Campeonato Paraense no final da tarde deste sábado (22), no Estádio Zinho Oliveira, pelo placar de 1 a 0, com gol de pênalti.
O lance polêmico aconteceu aos dez minutos do segundo tempo, depois de uma falta não marcada em Luan Parede. Na sequência, o juiz Cléber Santos marcou pênalti a favor do Paysandu, apesar das imagens da televisão mostrarem que a falta ocorreu fora da grande área.
Mário Sérgio chutou no canto esquerdo do goleiro Axel e selou a vitória do Papão fora de casa. Com o resultado, a equipe da capital abriu vantagem na briga por uma vaga na decisão do estadual.
Na tarde deste domingo (23), o presidente do Águia, Sebastião Ferreira Neto, o Ferreirinha, publicou nota de repúdio à escalação de arbitragem denominada “caseira”, ou seja, paraense, que na visão dele atuaria para favorecer Remo e Paysandu, os dois maiores e tradicionais clubes do estado. Após a publicação nas redes sociais do time, dezenas de mensagens foram postadas em solidariedade ao clube marabaense.
Veja a íntegra da nota a seguir:
Nota de Repúdio
“O Águia de Marabá, filiado à Federação Paraense de Futebol, vem por meio desta nota repudiar a atuação da equipe de arbitragem que atuou neste sábado (22/04), no confronto Águia X Paysandu, em jogo válido pela partida de ida da semifinal do Campeonato Paraense de 2023.
Durante a semana que antecedeu o jogo, manifestamos junto à FPF nossa preocupação com a escalação de arbitragem local, tendo em vista o histórico de interferência no resultado do jogo sempre que ocorrem partidas decisivas envolvendo os dois “grandes” do Pará.
É revoltante perceber que, apesar de recebermos patrocínios muito inferiores do que os “grandes da capital”, o que dificulta a montagem de nossos plantéis, ainda temos que nos sujeitar a arbitragens geralmente tendenciosas quando enfrentamos Remo e Paysandu.
Esse modelo que vigora desde sempre só enfraquece o futebol paraense e prejudica sobretudo aos dois grandes da capital.
Ao se beneficiar historicamente dos “erros humanos” da arbitragem paraense, deixam de montar times fortes no Parazão, capazes de atropelar dentro de campo, para apostar nessas imponderáveis e inexplicáveis decisões da arbitragem local. O resultado disso é que, ao disputar competições nacionais, os “grandes” paraenses vão ficando para trás de Estados que antes tinham menos peso que o Pará, como Ceará, Goiás, Mato Grosso e Maranhão.
Com todo respeito, se a Federação não moralizar nosso campeonato, o Pará vai descer ainda mais no ranking nacional. Em breve seremos superados pelo Piauí, Paraíba e outros Estados de menor expressão no esporte bretão.
Temos tentado fazer a nossa parte. Montando equipes competitivas com pouco dinheiro.
Agora, vamos ser obrigados a gastar um pouco mais, usando recursos que fazem falta ao nosso planejamento.
Vamos solicitar que seja escalada arbitragem FIFA e uso do VAR para a próxima partida contra o Paysandu e as demais no restante do Parazão.
Estamos na luta por um Campeonato Paraense forte, moralizado, que eleve o nível das equipes paraenses.
Por mais que queiramos prestigiar a arbitragem local, não podemos ficar sujeitos, numa semifinal, aos tradicionais “erros humanos” que ironicamente nunca beneficiam os times do interior. Por tudo isso fica o nosso repúdio e decisão de solicitar arbitragem FIFA e VAR!”
