As aves estavam trancadas em caixas de papelão sem furos para respirar. Elas seriam submetidas a uma viagem de cerca de dois mil quilômetros. As araras são das espécies araracangas, ararajubas e outra não identificada, apreendidas durante uma fiscalização de rotina da Polícia Rodoviária Estadual, na Rodovia PA-150, no trecho entre Jacundá e Goianésia do Pará, há 10 dias.
Uma bióloga consultada pela Reportagem, disse que em muitas ocasiões, populares se aventuram a criar a espécie e, ao perceber o grau de dificuldade, acabam desistindo. “Apesar de possuir animais silvestres sem uma licença ser crime ambiental, alguns se aventuram por essa ser uma ave muito atraente por sua beleza. O cidadão só desiste quando percebe que não é fácil de ser criada, pois, além de ser necessário o animal ser licenciado com origem de criatórios legais, é uma espécie muito barulhenta, que exige uma alimentação especial, muitos cuidados e atenção até atingir uma idade adulta, além de bastante espaço”, esclareceu Luciana Costa.
A apreensão aconteceu no dia 21 deste mês. O secretário de Meio Ambiente e Turismo de Jacundá (Sematur), Johnny Araújo Oliveira, informou que a Polícia Militar fez a apreensão de 15 filhotes de pássaros silvestres na madrugada do mesmo dia. As pequenas aves tinham como destino a São Paulo.
As aves foram levadas à secretaria de Meio Ambiente para serem avaliadas as condições físicas, pelo biólogo Eduardo Pagnoccelli. “Foi Constatados que os animais se encontravam bastante debilitados e sem condições de percorrerem grandes de distâncias. Elas passaram por avaliação clínica, receberam cuidados adequados, como água e alimentação”, explica o secretário.
Diante disso a Sematur, por meio dos seus fiscais Derocelmo Oliveira e Leandra Santos, encaminhou os filhotes para a fundação Zoobotânica de Marabá, no mesmo dia. As aves foram identificadas pertencentes das seguintes espécies: três araras vermelhas, cinco araracangas, cinco Ararajubas e 2 filhotes não identificados.
A equipe da Sematur não informou a idade das aves. Nas imagens algumas delas estão sem penas, outras começando a nascer. E tinham como destino feiras da cidade de São Paulo.
A pena para o crime é de seis meses a um ano de detenção. Sobre a identidade do transportador da carga clandestina da fauna brasileira, não há informação. Também não houve informação sobre a origem dos animais.