“O que derruba são as pedras pequenas, e não as grandes. As grandes a gente vê e dá a volta… as pequenas a gente não vê, tropeça e cai”.
A frase acima me foi dita por um empresário parauapebense há alguns anos e ficou gravada em minha memória. Quando me deparo com algumas situações na vida me lembro dela e tomo rapidamente uma atitude, sempre observando que os pequenos desafios podem, às vezes, te derrubar. Eles merecem toda a sua atenção.
Em Parauapebas, o atual governo municipal deve ligar os radares para as pedras pequenas que volta e meia têm causado danos à estrutura política da gestão. São pequenos desvios de condutas de parceiros, apoiadores de campanha e/ou correligionários políticos “fichados” na PMP cujo o objetivo não são lá muito republicanos.
Com a advento da transparência e a divulgação das contas das prefeituras sendo obrigatórias por Lei, os antigos trambiques ou acertos ficaram em segundo plano e empresários devem enxugar as empresas, baixar custos se quiserem auferir algum lucro com as obras ou prestações de serviços aos municípios.
Em virtude disso surge, comumente, o famoso “fogo amigo”, expressão que ganhou notoriedade quando aliados de um mesmo exército atiravam em seus próprios aliados e foi usada inicialmente nos meios militares. Foi assim, conta a história, com os pracinhas brasileiros que lutaram na 2ª Guerra Mundial, conflito armado ocorrido entre os anos de 1939 a 1945. Por despreparo do governo, os combatentes brasileiros tinham uniformes parecidos com os dos inimigos alemães e eram então, abatidos pelos próprios compatriotas.
Na política, o termo “fogo amigo” é usando quando participantes de um mesmo grupo político, se fazendo de amigo, atira em seus próprios correligionários, pelo simples fato de “puxar o tapete” deste para buscar o seu lugar ao sol. Seja isto em troca de cargos e favores políticos e, quem sabe financeiro.
Desde que o mundo é mundo a política vem sendo um jogo para os que sabem jogá-lo, para profissionais. Em Parauapebas o que se viu durante a última campanha eleitoral foi um processo altamente politizado e estruturado do lado que venceu a eleição. Esperava-se a mesma profissionalização para a gestão, fato que notoriamente não vem acontecendo. Meu finado pai diria que “essa tribo tem muito cacique pra pouco índio”. Eu afirmo que muitos se intitulam caciques, mas, mandar mesmo que é bom apenas uns dois ou três, além do prefeito Darci, mandam. Sem citar nomes para não causar melindre no governo, esses dois ou três tratam a gestão profissionalmente, com organização e controle rígido das ações. E até por isso merecem e carecem do respeito do alcaide, que conhecemos de outros carnavais e sabemos que o “negócio” dele não é preocupar-se com gestão financeira, planejamento, obras e ações que fariam seu governo ser bem avaliado. O lance dele é política, e isso ele sabe fazer como poucos.
Então, resta ao baixo clero (aqueles que pensam ocupar posição de destaque no governo, mas não passam de colaboradores) lutar por um lugar ao Sol. E isso perpassa por derrubar quem estiver acima no sentido de ocupar o seu lugar.
Analisando as últimas presepadas no governo Darci, volta e meia difundidas nas redes sociais, vejo que o fogo amigo já começa a aparecer e, em breve fará suas primeiras vítimas. É público que o gestor fará, em julho, algumas mudanças no primeiro escalão de seu governo e é aí que mora o perigo. Alguns do baixo clero já se sentem ameaçados e isso é perigoso demais, já que, visualizando serem descartados, algumas figuras começam a preparar o terreno para meterem a mão na grana, pois, claro, como empunharam a bandeira de Darci merecem se dar bem.
Na gestão anterior, de Valmir Mariano, esse pode ter sido o grande problema político que culminou com a derrota nas eleições: a insatisfação do grupo. Darci conhece desse metiê político e já tem a experiência para saber o quê, quem, quando e onde trocar. Todavia, tem um compromisso político de grande porte com Helder Barbalho para o ano que vem e sabe que na eleição vindoura toda a ajuda será pouca. Por isso os próximos passos do governo deverão ser cirúrgicos a ponto de não atrapalhar sua gestão, mantendo nela algumas peças e, ainda, não eliminando aqueles que poderão ajudá-lo muito na eleição de Helder, se é que será mesmo Helder Barbalho o candidato do partido, já que ele e o pai já são partes citadas nos processos de delações premiadas dos diretores da Odebrecht e do Grupo JBS. Mas esse é assunto para uma outra hora.
3 comentários em “Artigo: Mais do mesmo… sobre novas histórias velhas.”
Na comemoração dos 100 dias de governo muita propaganda e alguns paliativos que, fazendo umas contas mais minuciosas, vemos que nem fez cócegas no orçamento. De propaganda tá bem, mas a cidade continua esperando tudo. Dançar com idosos, abraçar índios, mostrar 10 metros de asfalto e aproveitar obras do velhote não deu pra maquiar os 100 dias. O povo não engoliu. Hospital? Continua filas na madrugada. Laboratório? Senhas limitadíssimas e dispensa do usuário por falta de equipamentos e materiais. Cuidado Darci.
Acrescentarei ainda que em meados do início do governo anterior por um despreparo inimaginável não conseguiram licitar (constantes brigas e trocas entre PGM e CPL) nada em praticamente todo aquele ano de 2013, e quando se aperceberam e lembraram dos compromissos foi aquele atropelo e aonde iniciou a morte prematura daquela gestão, hoje vemos algo muito parecido basta citar que é comum entre as diversas secretarias o imenso número de processos encaminhados desde o inicio desse atual governo que ora esbarra numa ineficiente, burocrática e atrasada Controladoria que prende, amordaça o governo, nada se licita, picuinhas servem para textos que mais parecem discursos do finado Fidel Castro que se desenrolava por horas mas nada dizia, com isso a febre das adesões de atas se espalham, as mais absurdas, oriundas das mais absurdos condições e que por vezes nada se referem ao que realmente necessita esse governo, voce vai às escolas diretores pedem aos pais papel, toner, material de limpeza, salas que mais parecem fornos, as vezes notamos alguns membros deste governo perdido, “quem manda é o prefeito ? ou o primeiro ministro o poderoso secretário de fazenda, de verdade de novo apenas noto uma pessoa diferente ocupando o posto de prefeito mas até esse momento congelado em suas açoes tal qual seu anterior.
Prezado, limitado à minha “mea culpa”, ressalvo que não somente houve intenso trabalho interno da PGM nos primórdios de 2013 como o incansável trabalho ao apoio dos préstimos realizados pelas equipes da CPL daquela época. Seja pelas orientações ou pelos pareceres emitidos com prazos exiguibilísssimos (alguns menos de 24hs). Diversos são os exemplos de celeridade que podem ser apresentados. Realmente, segundo os dados, auditorias e fiscalizações (TCM, MPE, ect), os vícios da gestão não eram da PGM naquele primeiro semestre!