O publicitário paraense Glauco Lima (*), fanático torcedor do Paysandu, e indignado com o árbitro de futebol Leandro Vuaden, que apitou a partida entre Paysandu e Náutico no último dia 8 de setembro, em Recife, válida pelas quartas de finais do Campeonato Brasileiro da Série C, assina artigo mostrando sua indignação com o árbitro gaúcho e clamando que reconheça que errou ao apitar um pênalti que tirou a vaga do time paraense na Série B em 2020. Confira o artigo:
“Leandro Vuaden, o senhor não roubou o Paysandu. Não temos indícios, provas ou evidências de tal crime. Mas temos uma certeza, o mundo todo tem uma certeza: Leandro Vuaden errou contra o Paysandu. Errou feio! Errou de forma grosseira, escandalosa. E a nação Paysandu não quer te chamar de ladrão, nem de corrupto, nem de desonesto, nem desqualificar sua genitora. Nós, milhões de paysandus que vivem na Amazônia brasileira e espalhados por todos os cantos do mundo, só queremos que o senhor Vuaden reconheça que errou. Vá aos tribunais ou aos microfones e diga que errou. Não é feio reconhecer que errou. É até bonito. É nobreza!
Se tivesse naquele jogo, os modernos recursos do árbitro de vídeo, aquela marcação de pênalti teria sido anulada e a vida seguiria seu ritmo normal. E o normal seria o Paysandu de volta a série B do maior campeonato de futebol do mundo.
Leandro Vuaden, um árbitro gaúcho, assim como grande parte dos brasileiros do sul, do sudeste e do centro do Brasil, não sabe o que o Paysandu representa para o povo da Amazônia e, especialmente, para o povo do Pará. O Paysandu é um dos poucos motivos de alegria dos paraenses. O Paysandu é a notícia boa, alegre, leve, de um estado com tantas notícias de conflitos, de trabalho escravo e de mortes no campo. Os paraenses, surrados com as derrotas diárias, acostumados a perder o minério de Carajás e não verem isso se reverter em desenvolvimento humano. O paraense acostumado a perder a floresta, a perder rios e matas para gerar energia elétrica para o Brasil, o paraense acostumado a perder investimentos, empreendimentos e a perder a cada a ano a chance de gerar riqueza com ecoturismo e outras atividades que unam progresso econômico com equilíbrio socioambiental.
O Paysandu é mais que futebol, é mais que um clube, mais que um time no campeonato. O Paysandu é uma forma de resistência popular, num futebol que virou indústria de entretenimento e conteúdo de mídia, e que a cada dia se torna cada vez mais inacessível para as agremiações de regiões da periferia do capitalismo, como é o Pará.
O Paysandu não está chorando. O Paysandu está sangrando.
Além do enorme prejuízo financeiro, temos um prejuízo enorme para a já baixa estima do povo paraense. O árbitro Vuaden errou. Ainda há tempo do cidadão Vuaden corrigir seu erro. Entre para a história como o árbitro que errou feio e corrigiu o erro de forma linda!
GLAUCO PAYSANDU PARAENSE!”