O paraense está com um apetite cada vez maior para dividir os lençóis de maneira oficial. De 2017 para 2018, o número de casamentos no civil do estado passou de 33,8 mil para 36,2 mil. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou ao longo da semana uma pesquisa sobre registros civis oficializados no ano passado. Mesmo assim, o número de casamentos no Pará é menor que os registrados em Goiás, por exemplo, estado que tem bem menos habitantes, mas onde o fogo da paixão levou a serem contabilizadas 38,1 mil uniões formais ano passado, tudo em “papel passé”.
Aqui no estado, dezembro é o mês mais casamenteiro, respondendo por uma de cada sete festas de celebração de amor “até que a morte separe”. Os noivos que se enlaçam com mais frequência têm idade entre 25 e 29 anos ou entre 30 e 34 anos. Os casamentos, quando acontecem, estão cada vez mais tardios, diferentemente de dez anos atrás, quando a faixa etária mais comum para casar era dos 20 aos 24.
Mas se engana quem pensa que, no Pará, os casamentos tradicionais é que puxam o crescimento. Na verdade, embora ainda sejam, de longe, a maioria em termos numéricos, os casamentos entre pessoas de gêneros diferentes acontecem em ritmo bem mais lento que as uniões homoafetivas. Se em 2013 houve apenas 13 casamentos entre homens e 12 entre mulheres, meia década após o número saltou para 89 e 112, respectivamente. Tudo legal, registrado e documentado. O casamento entre homens cresceu 585% enquanto a união civil entre mulheres disparou 833%. Por outro lado, o registro formal entre pessoas heterossexuais cresceu apenas 16,2% no mesmo período.
Cidades casamenteiras
O ranking das cidades paraenses com maior número de casórios por ano não necessariamente obedece a ordem das mais populosas. Evidentemente, Belém, metrópole com cerca de 1,5 milhão de habitantes, lidera a lista, tendo registrado em 2018 quase 8.000 celebrações. Mas daí por diante o cenário começa a embolar.
Marabá foi palco de quase 1.800 uniões registradas em cartório, seguida de Ananindeua, com em torno de 1.500, e Parauapebas, com quase 1.300. Em Santarém, quase 1.200 casamentos foram realizados no ano passado. Mas é Irituia, município com pouco mais de 32.500 habitantes que chama atenção: lá foram oficializados quase 900 casórios em 2018, cem a mais que em Castanhal, uma das mais importantes cidades do estado e sexta mais populosa.
O Blog do Zé Dudu apurou extraoficialmente que o que puxa os números de casamento em municípios pouco populosos são as celebrações comunitárias, na maioria das vezes bancadas pelas prefeituras. Confira a seguir o ranking de uniões formais nos municípios paraenses em 2018.