Com faixas e cartazes, familiares do jovem Fabllu Ohara Gonçalves, assassinado em 29 de janeiro, em Marabá, fizeram protesto em frente ao prédio do Fórum de Justiça nesta terça-feira (24), durante audiência de instrução. Foram ouvidos o acusado, Vinícius Nogueira Gatti, de 32 anos, e as testemunhas do crime. Fabllu foi assassinado com um tiro de pistola na cabeça durante uma reunião de amigos na casa do suspeito, no bairro Novo Horizonte, e o disparo teria sido acidental.
A audiência estava programada para ocorrer de forma presencial, mas o Poder Judiciário entendeu que seria melhor mudar o formato para audiência remota, devido à pandemia. O acusado e as testemunhas chegaram a comparecer ao Fórum, mas com a mudança de formato, deixaram o prédio pouco tempo depois de chegarem.
Aliás, um dos momentos de tensão foi quando Vinícius Gatti saiu do Fórum e pegou um carro no portão de entrada da instituição, ficando frente a frente, por alguns instantes, com os familiares de Fabllu, inclusive os pais do morto, que estavam no local visivelmente revoltados com o fato de que o acusado passou apenas 30 dias preso e vem respondendo ao crime em liberdade.
De acordo com a professora Maria Lúcia de Lima Gonçalves, mãe da vítima, a família e os amigos de Fabllu vão continuar protestando quantas vezes for preciso para que o caso não caia no esquecimento. Na visão deles, Gatti atirou em Fabllu por pura maldade. “Nós queremos Justiça!”, resume.
A família até constituiu o advogado Marcel Afonso para atuar como assistente de acusação parar carrear provas junto com o Ministério Público com o intuito de mandar Gatti ao banco dos réus o mais rápido possível. “A assistência de acusação tem absoluta certeza de que o acusado será, por uma questão de Justiça, submetido ao julgamento do conselho de sentença no Tribunal do Júri”, argumenta.
Por outro lado, o advogado Erivaldo Santis, que defende Vinícius Gatti, justificou à Imprensa que a própria dinâmica do crime mostra que o cliente dele não é uma pessoa perigosa para a sociedade. “Todas as condições de aguardar o julgamento em liberdade ele possui”, afirma.