Audiência do Esporte lota auditório da Câmara e aponta caminhos para maior apoio público e privado

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Por Eleutério Gomes – de Marabá

Com a participação maciça de desportistas de todas as idades e praticantes das mais diversas modalidades esportivas; e ainda de dirigentes de mais de uma dezena de clubes amadores e associações esportivas, entrou pela tarde desta quarta-feira (8) a Audiência Pública do Esporte, que começou por volta das 10h, na Câmara Municipal de Marabá. Proposta e presidida pelo vereador Marcelo Alves dos Santos (PT), a audiência teve como objetivo ouvir os atletas e seus representantes e traçar um diagnóstico do esporte amador na cidade a fim de buscar, tanto no poder público quanto na inciativa privada, investimentos e melhorias para o setor.

Presentes ao evento o vice-prefeito Toni Cunha (REDE); Kátia Rocha, diretora Técnica da  Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (SEEL); Eloi Ribeiro, secretário municipal de Esportes e Lazer; o deputado estadual Dirceu ten Caten (PT), representando a Assembleia Legislativa do Estado; Carlos Gomes Júnior, representando as universidades públicas; o conselheiro tutelar André Santos; o advogado Adebral Favacho Júnior, representando a OAB-PA- Subseção Marabá; e o secretário municipal de Educação, Luciano Lopes Dias.

Nessa audiência, ao contrário das demais, os discursos foram franqueados primeiramente para a plateia, com 15 pessoas, todas desportistas, inscritas. As falas giraram em torno de maior apoio ao esporte amador, construção de quadras esportivas nas escolas municipais, maior investimento do poder público como forma de evitar que os jovens enveredem por caminhos tortuosos, apoio aos atletas que precisam se deslocar para outros estados ou países a fim de participar de competições, mais espaços públicos para a prática de esportes e até a construção de uma piscina pública para a prática de natação.

O representante da Talentus Amazônia, Jonas Carneiro, discorreu sobre a criação do Sistema Municipal de Esportes, instrumento já existente em diversos estados brasileiros, pelo qual é possível dar maior apoio ao esporte amador, assim como prover verbas do orçamento municipal para esse fim e ainda captar recursos a serem investidos no setor.

Jonas detalhou o passo a passo para a criação do sistema e falou também sobre as vantagens da criação do Conselho Municipal de Esportes e do Plano Municipal de esportes, pelos quais, é possível desenvolver o esporte amador com eficiência pela ação dos agentes mobilizadores.

Heriomar Pereira de Souza, fundador da Amesp (Associação Marabá Esportes), entidade que estimulou a realização da Audiência Pública, apresentou aos vereadores e demais políticos a instituição, que deu personalidade jurídica, conforme já noticiado neste Blog, a 45 modalidades esportivas praticadas em Marabá, a grande maioria antes desconhecida ou sem projeção entre a população.

Num discurso em que, do meio para o fim, chorou copiosamente, o presidente do Clube de Xadrez de Marabá, Francisco Arnilson de Assis, fez um apelo dramático ao, praticamente, implorar para que essa prática esportiva seja incluída nas escolas, como instrumento de desenvolvimento intelectual, disciplina e organização.

Clamou ao secretário de Esportes, Eloi Ribeiro que lhe desse atenção, uma vez que já tentou contato com este, inúmeras vezes, e nunca obteve retorno. E não conseguiu conter as lágrimas ao lembrar de um adolescente, praticante de xadrez, que cometeu suicídio recentemente em Marabá, afetado por problemas de depressão e que era um amante desse esporte.

Franqueada a palavra às autoridades, a professora de Educação Física Kátia Rocha, da SEEL (Secretaria de Estado de Esportes e Lazer), informou que o governo do Estado dispõe de programas de apoio ao esporte, bastando para isso que as entidades enviem seus projetos à SEEL. Falou do Bolsa-Talento, em que atualmente as federações esportivas indicam os atletas que precisam de apoio e disse que, para 2018, não haverá mais esse tipo de indicação. Segunde ela, o próprio atleta vai acessar o Bolsa-Talento pelo site da SEEL, seguir as instruções e se inscrever.

A respeito de atletas que precisam sair da cidade para participar competições, ela informou que, também para isso, há recursos do governo. Basta o interessado entrar em contato com a secretaria para obter o auxílio necessário.

Já o vice-prefeito Toni Cunha, que é policial federal, reafirmou que o esporte está intimamente ligado ao combate à violência e que é eficaz para evitar que o jovem entre para o mundo das drogas. Anunciou que estão em curso os trâmites para a criação do Conselho Municipal de Esportes e para a formação de um Fundo Municipal de Esportes. Cunha também anunciou a criação do Museu do Esporte em Marabá. O pronunciamento deixou os desportistas satisfeitos e otimistas.

Ouvido pelo Blog ao fim da audiência, Heriomar Pereira disse que, nos 105 anos do município, o evento foi um marco na história de Marabá, uma vez que aqui nunca aconteceu uma audiência pública voltada ao esporte. “Isso demonstra que está havendo um novo pensar em relação ao desporto no nosso município.  O que a gente espera, tanto do poder público quanto da iniciativa privada é que a gente consiga avançar nas políticas públicas para o esporte”, opinou ele.

Heriomar também disse que é preciso parar de tratar o esporte de forma assistencialista, porque isso não resolve problema algum. “A partir do momento em que tenhamos projetos e possamos cobrar do Poder Executivo, a coisa vai funcionar e é isso o que estamos fazendo aqui”, afirmou ele, comemorando ainda o fato de a verba destinada à Secretaria de Esportes de Marabá, ter saltado de R$ 3 milhões para R$ 6 milhões anuais, já a contar de 2018: “Isso é um avanço significativo. Ainda não é o necessário, mas é um avanço. Agora, esperamos que sejam concretizados o Fundo Municipal do esporte o museu e outras batalhas virão”.

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