Balança Comercial 2013: Pará registra segundo melhor saldo no país

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Em 2013, apesar das oscilações e instabilidades no mercado financeiro, o Pará conseguiu se manter como o segundo estado com maior saldo da Balança Comercial. Após a queda de 24% em 2012, as exportações paraenses voltaram a crescer e fecharam o ano em US$ 15.852 bilhões. Em contrapartida, as importações registraram o valor de US$ 1.110 bilhão, gerando um superávit de US$ 14.741 bilhões. A comercialização dos produtos minerais ao mercado internacional foi o que mais contribuiu para o bom desempenho da economia paraense. Somente as exportações do minério de ferro, renderam ao Pará um ganho de US$ 9.862 bilhões.

ParaFiepa festeja significativo desempenho econômico do Pará

Apesar do resultado positivo da Balança Comercial em 2013, Raul Tavares, gerente do Centro Internacional de Negócios (CIN), da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), chama a atenção para a alta dependência da economia paraense em relação a um único produto da pauta de exportação, o minério de ferro. “Nos últimos cinco anos, nunca estivemos tão dependentes do minério de ferro. Em 2013, este produto registrou uma importância de 62% para as exportações paraenses. Isso demonstra uma certa vulnerabilidade da economia paraense, que se tornou altamente dependente deste produto e dos países compradores”, analisa.

De acordo com o analista em comércio exterior, sua preocupação em relação à alta dependência da economia paraense de uma commodity não se reveste como um discurso que pretenda negar a característica mineradora do Pará. “A preocupação não vai contra a comercialização do minério de ferro, até porque este é um produto que tem mercado. A Vale, por exemplo, está com o seu projeto em Canaã dos Carajás (S11D), que deverá dobrar a produção do minério. No entanto, devemos pensar mais adiante e na instabilidade do mercado internacional. É preciso diversificar a pauta e redistribuir o peso dos produtos exportados para a nossa economia”, explicou.

O desaquecimento da China, por exemplo, é um dos fatores que preocupam o gerente do CIN. Em 2013, de toda a produção exportada de minério de ferro, o mercado chinês foi responsável pelo consumo de mais de 55%. “Nossa economia é basicamente um monoproduto para um monomercado”.

Exportação
Com o objetivo de alargar a pauta de exportação, impulsionando a comercialização de outros produtos para o mercado internacional, a Fiepa, em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) dará início ao Projeto de Extensão Industrial Exportadora – Peiex. No Pará, o projeto atenderá 140 empresas da Região da Grande Belém, formulando pareceres técnicos e indicando as oportunidades para a inserção no mercado internacional.

O objetivo do projeto é auxiliar empresas com potencial exportador em sua primeira comercialização para o exterior. No ano passado, por exemplo, a FIEPA, juntamente com a Apex-Brasil e o Sebrae, levou o Consórcio de Joias do Pará, grupo composto por empresários paraenses, para participar como expositor de uma das maiores feiras internacionais do segmento, a JIS Miami.

Redução – Apesar do bom desempenho da economia paraense em 2013, dos 27 produtos presentes na pauta de exportação paraense, 15 fecharam o ano em queda. As exportações da castanha do Pará, por exemplo, caíram em 51%. O ferro-gusa também seguiu a tendência de queda e fechou o ano com uma redução de 50% nas exportações.

“Tem uma questão que vai além dos números e isto precisa ser melhor analisado pelas nossos políticos. Existem vários segmentos da indústria paraense que precisam de algum tipo de incentivo para retomarem a tendência de crescimento. Caso contrário, em 2014 veremos uma maior dependência da economia paraense ou, até mesmo, resultados nada agradáveis para o nosso desenvolvimento”, concluiu Raul Tavares.

Fonte: FIEPA