Balança comercial de Parauapebas tem segundo pior julho da década

Município até cresceu 27% frente a julho de 2023, mas no comparativo com mesmo mês de 2021, ano do pico das exportações, a queda é de 41%. Canaã dos Carajás também registra queda no confronto com ano passado. China degusta sozinha 73,5% do minério de ferro produzido no complexo de Carajás

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No mês passado, a Capital do Minério exportou 660,08 milhões de dólares em commodities, majoritariamente minério de ferro. É um valor considerável frente às exportações de julho do ano passado, ainda assim a segunda pior performance do município de Parauapebas na década. As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu nesta quarta-feira (7).

Conforme microdados da balança comercial que acabam de ser liberados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e aos quais o Blog teve acesso, as exportações de Parauapebas prosperaram 27% em julho de 2024 frente ao mesmo período de 2023, quando foram embarcados ao exterior 520,7 milhões de dólares. Porém, o valor de agora está 41% abaixo do pico das exportações, registrado em julho de 2021, no valor de 1,128 bilhão de dólares, um recorde histórico.

Em julho deste ano, aliás, Parauapebas ficou em 4º lugar em exportações, atrás da cidade do Rio de Janeiro (2,227 bilhões de dólares), Duque de Caxias-RJ (964,34 milhões) e São Paulo (715,49 milhões). O minério de ferro representou 99,96% das exportações, tendo partido do município 8,84 milhões de toneladas de uma das commodities mais valiosas do Brasil.

O 5º lugar foi do também paraense Canaã dos Carajás, que registrou 640,82 milhões de dólares, montante que, como o de Parauapebas, ficou longe dos 1,166 bilhão alcançados em 2021. Da Terra Prometida partiram 7,98 milhões de toneladas de ferro com o melhor teor de pureza do mundo, o que rendeu 592,62 milhões de dólares. O cobre (48,21 milhões de dólares) complementou a balança.

O Blog apurou que 73,5% do minério de ferro extraído em Parauapebas e exportado foram parar na China, o que rendeu 485,57 milhões de dólares. A Malásia comprou 54,81 milhões de dólares (8,3%) em minério, ao passo que Japão (22,94 milhões de dólares), Turquia (21,77 milhões) e Coreia do Sul (18,4 milhões) vêm na sequência.

Cenário regional

Além da Capital do Minério e da Terra Prometida, que figuram entre os maiores exportadores do país, o Pará está presente com outros quatro representantes no ranking dos 100 líderes comerciais. Barcarena, na 10ª posição, reportou exportações de 398,48 milhões de dólares em julho; Marabá, 35ª, registrou 185,28 milhões; Paragominas, 73ª, apresentou 82,31 milhões; e Redenção, 90ª, exportou 67,99 milhões de dólares.

De modo global, o minério de ferro segue sendo o principal produto do portfólio de exportações do Pará, com 1,302 bilhão de dólares transacionados no mês passado. Em segundo lugar, a soja (297,22 milhões de dólares) aparece tendo “roubado” o lugar do minério de cobre (238,54 milhões), após a performance triunfal de Paragominas e Redenção, que vão se consolidando com firmeza no cenário dos maiores exportadores da principal commodity do agronegócio brasileiro.

Também foram significativas as exportações paraenses de minério de alumínio (217,29 milhões de dólares), carne bovina (71,24 milhões de dólares), alumínio em forma bruta (54,38 milhões), boi vivo (34,31 milhões), ferro-liga (19,08 milhões), milho (17,53 milhões) e caulim (17,35 milhões).