Definitivamente, 2022 não é um ano bom para a maior economia da Região Norte na balança comercial. No mês passado, o Pará exportou 1,985 bilhão de dólares em commodities, cerca de 1 bilhão abaixo dos 2,903 bilhões transacionados no mesmo período do ano passado, queda de 31,6%. O volume exportado em setembro também fica abaixo do registrado em 2020, ano mais duro da pandemia de coronavírus, quando, no entanto, o estado cravou 2,162 bilhões de dólares. As informações foram levantadas pelo Blog do Zé Dudu.
No mês passado, o Pará foi o sexto maior exportador nacional, atrás de São Paulo (5,936 bilhões de dólares), Minas Gerais (3,406 bilhões), Rio de Janeiro (2,277 bilhões), Mato Grosso (2,046 bilhões) e Rio Grande do Sul (2,001 bilhões). Com economia altamente dependente de produtos primários, notadamente de minérios, o estado é o único entre os dez maiores exportadores a ver retração nas exportações no acumulado do ano, tendo encolhido 6,729 bilhões de dólares em relação a 2021, particularmente em função da queda da cotação internacional do minério de ferro, que despencou de um pico de 240 dólares por tonelada em meados do ano passado para em torno de 100 dólares atualmente.
De janeiro a setembro, o Pará acumula 16,941 bilhões de dólares em exportações, atrás de São Paulo (51,424 bilhões), Rio (30,867 bilhões), Minas (30,772 bilhões) e Mato Grosso (25,337 bilhões), estando levemente à frente do Paraná (16,804 bilhões) e Rio Grande do Sul (16,447 bilhões), de quem pode acabar ultrapassado até o final do ano.
Os reflexos de andar para trás em 2022 devem ser vistos com clareza pelo Pará mais adiante, precisamente em 2024, quando forem divulgados os números do Produto Interno Bruto (PIB) por estado retroativo ao panorama de hoje, uma vez que os dados reportados na balança comercial têm, ainda que indiretamente, grande peso no cálculo da produção de riquezas teóricas. O Pará pode ser o único estado a oficialmente encolher no PIB em 2022 devido à baixa no movimento comercial internacional.
Principais commodities
Apesar de o minério de ferro fraquejar, ele segue sendo o principal produto da cesta paraense sem concorrente à altura. De janeiro a setembro deste ano, o faturamento com ferro totalizou 10,14 bilhões de dólares, bem abaixo do movimento de 17,735 bilhões do ano anterior. A alumina, com 1,475 bilhão, até cresceu perante o 1,136 bilhão do ano passado, mas o grande destaque é a soja, que computa 1,269 bilhão (ante 800 milhões de dólares em 2021) e superou até mesmo o cobre, que acumula 1,267 bilhão e era, no passado, a segunda principal commodity do estado, tendo movimentado de janeiro a setembro 1,913 bilhão.
Vale ressaltar que, no embalo da soja, as commodities derivadas do agronegócio têm ganhado protagonismo na balança do Pará, com destaque para a carne bovina (492,2 milhões de dólares), o milho (202,8 milhões), o boi vivo (94,1 milhões) e a pimenta (67,2 milhões), que experimentaram um “boom” de procura este ano, enquanto os produtos da indústria extrativa mineral caem.
Confira a lista dos 15 produtos mais valorizados no exterior no período de janeiro a setembro deste ano.