Não tem tempo ruim para a produção de commodities primárias no Pará, que é carregado por produtos vindos diretamente da terra, como os minérios de ferro, cobre, alumínio e ouro. O negócio está tão bom que no mês passado o estado exportou magníficos 2,067 bilhões de dólares, o melhor fevereiro de todos os tempos. De um ano para outro, as transações comerciais paraenses cresceram impressionantes 48%, só em fevereiro.
As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu, que analisou nesta segunda-feira (8) os microdados da balança comercial liberados pelo Ministério da Economia. Neste início de ano, o Pará empurrou o Rio de Janeiro para trás e já ocupa o 3º lugar em exportações entre as 27 Unidades da Federação. No primeiro bimestre consolidado, a maior economia da Região Norte registrou 4,075 bilhões de dólares exportados, posicionando-se atrás apenas de Minas Gerais, que registra 4,475 bilhões de dólares, e São Paulo, que acumula 6,235 bilhões de dólares.
No entanto, nenhum lugar do país dá tanto lucro à economia brasileira quanto o Pará, uma vez que o saldo comercial, que é a diferença entre exportações e importações, é disparadamente o maior. Em apenas dois meses de 2021, o Pará já entregou ao Brasil 3,873 bilhões de dólares em superávit comercial. O estado mais próximo do bom desempenho paraense, Minas Gerais, está quase 1 bilhão de dólares atrás em superávit. Minas computa no primeiro bimestre 2,938 bilhões de dólares em saldo.
Agora, como previsto em 2020 pelo Blog do Zé Dudu, é contar nos dedos quando o Pará vai ultrapassar Minas Gerais em exportações, já que desde o ano passado vem superando o estado do Sudeste em resultado final. Se mantiver o pique de exportações no mesmo vigor de 2020, a virada do atual maior produtor de minérios sobre o berço histórico da mineração deve ocorrer ainda este semestre.
Os 10 produtos mais valiosos
O minério de ferro é, indiscutivelmente, o produto mais valioso da cesta do Pará. Nos primeiros dois meses deste ano, a commodity rendeu 3,053 bilhões de dólares, participando com cerca de 75% das exportações. Sem minério de ferro, o Pará seria o 9º maior exportador brasileiro, dividindo terreno com a Bahia, que movimentou 1,064 bilhão de dólares no bimestre.
O cobre movimentou 305,5 milhões de dólares e é o segundo da cesta do Pará, participando com 7,5% das exportações. Já a bauxita movimentou 265 milhões de dólares, ou 6,5% do portfólio exportado pelo estado. Na lista dos mais importantes, até a 10ª posição, também estão alumínio bruto (70,1 milhões de dólares), ouro (68 milhões de dólares), ferro-ligas (53,9 milhões de dólares), carne bovina (52,4 milhões de dólares), manganês (30,3 milhões de dólares), madeira em tora (26,5 milhões de dólares) e minério de alumínio (23,6 milhões de dólares).
Os 10 maiores compradores
A China segue sendo, a longa distância, a maior importadora das iguarias paraenses. A segunda maior potência do mundo comprou do Pará 2,237 bilhões de dólares em breguetes, a maior parte minério de ferro, e sem ela o Pará cairia para a 7ª posição entre as UFs. Sozinha, a China representa 54,9% da clientela das commodities do estado. Seus vizinhos asiáticos Malásia (344,7 milhões de dólares), Japão (140,5 milhões de dólares) e Filipinas (111,7 milhões de dólares) também são bons consumidores das especiarias amazônicas.
Da lista de interessados em produtos paraenses nos primeiros dois meses deste ano também constam Canadá (108,5 milhões de dólares), Espanha (104,5 milhões de dólares), Alemanha (102 milhões de dólares), Noruega (91,3 milhões de dólares), Coreia do Sul (81,3 milhões de dólares) e França (72,6 milhões de dólares).