As exportações do Pará, que vinham galopantes desde maio do ano passado, desaceleraram bruscamente em março. Com 1,02 bilhão de dólares transacionados e na 8ª colocação entre as Unidades da Federação, esse foi o pior resultado em dez meses. É também o 4º pior março da década. Só em 2019 (975,35 milhões de dólares), 2016 (750,58 milhões de dólares) e 2015 (849,98 milhões de dólares) março teve desfecho ainda pior. As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu, que acessou os microdados da balança comercial recém-divulgados pelo Ministério da Economia.
No mês passado, os estados de Mato Grosso (1,67 bilhão de dólares), Paraná (1,476 bilhão) e Rio Grande do Sul (1,066 bilhão), que vinham sempre exportando menos, ultrapassaram o estado do Norte. Ainda não está claro se a diminuição no ritmo das transações comerciais originárias do Pará ocorreu em decorrência das fortes chuvas que caem no estado nessa época ou se já são efeito da pandemia do novo coronavírus.
No acumulado do ano, o Pará totaliza 4,007 bilhões de dólares em transações, sendo superado apenas por São Paulo (9,928 bilhões), Rio de Janeiro (6,461 bilhões), Minas Gerais (5,207 bilhões) e Mato Grosso (4,075 bilhões). Em 2019, o estado encerrou na 5ª posição, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e, também, Rio Grande do Sul.
China fica com 49%
Aqui no estado, 224 diferentes commodities embarcaram para o exterior, mas as principais são as de sempre: minério de ferro (571,01 milhões de dólares), óxido de alumínio (118,58 milhões), cobre em concentrado (55,39 milhões), alumínio bruto (35 milhões), ouro (34,92 milhões), soja (34,19 milhões), carne bovina (27,37 milhões), boi vivo (20,95 milhões), manganês (19,47 milhões) e caulim (18,96 milhões de dólares).
A China segue sendo a maior interessada nos produtos que saem do Pará. Sozinho, aquele país comprou 500,8 milhões de dólares em março, quase dez vezes mais que os segundo e terceiro colocados, Holanda (56,55 milhões) e Canadá (52,97 milhões), respectivamente. Além deles, Noruega (44,66 milhões), Japão (42,18 milhões), Filipinas (33,33 milhões), Itália (27,4 milhões), Coreia do Sul (26,89 milhões) e Estados Unidos (26,43 milhões) foram outros importantes consumidores das commodities locais.