A Capital do Minério vive dias de glória, e que lutem os outros. Pelo menos, no quesito exportações, Parauapebas encerrou o primeiro bimestre de 2021 sendo o maior mercador brasileiro, com 1,764 bilhão de dólares transacionados. E, também, é o detentor do maior superávit comercial, tendo reportado lucro líquido para a balança comercial do país de 1,74 bilhão de dólares. As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu, que analisou dados recém-liberados pelo Ministério da Economia nesta terça-feira (9).
O portfólio de Parauapebas é altamente concentrado no minério de ferro, sem cujo produto o município sequer apareceria entre os quase 3.000 municípios exportadores. Seu vizinho e filho Canaã dos Carajás acompanha de muito perto as operações da Capital do Minério e movimentou em janeiro e fevereiro a fortuna de 1,36 bilhão de dólares. Canaã, aliás, já é o 4º que mais exporta no Brasil em 2021, atrás apenas dos municípios do Rio de Janeiro (1,607 bilhão de dólares) e Duque de Caxias-RJ (1,555 bilhão de dólares). A Terra Prometida bate com folga até a cidade de São Paulo (709,8 milhões de dólares).
Basicamente, o que distancia Parauapebas de Canaã é o volume de produção mineral, por enquanto. As minas de Parauapebas, na Serra Norte de Carajás, são mais maduras, mas precisam estar todas em funcionamento para esbarrar o poderio da jovem mina instalada na Serra Sul de Carajás, que é a S11D, de Canaã. Enquanto, em dois meses, Parauapebas rendeu 16,05 milhões de toneladas de minério de ferro, Canaã ofereceu ao mercado internacional 11,85 milhões de toneladas.
Pela forma como tem se comportado na balança comercial desde 2017, quando começou a escalar no ranking rapidamente devido ao cômputo das primeiras tonelagens de minério de ferro em S11D, Canaã dos Carajás não tardará em ocupar a posição hoje pertencente a Parauapebas. Isso deve acontecer até 2024, caso a mineradora multinacional Vale cumpra a promessa comercial de ampliar a capacidade nominal de produção da mina de Serra Sul.
Correndo por fora
Dois outros municípios paraenses também correm por fora, mas em boas posições no ranking dos exportadores. Barcarena, com 343,5 milhões de dólares exportados, é o 13º principal do país, e ingressa ao seleto grupo do “Top 10” quando o assunto é superávit comercial, uma vez que as importações locais são minúsculas, o que dá margem para um lucro multimilionário na conta final da balança. As exportações de Barcarena são tão vigorosas que conseguiram superar as transações comerciais de Santos-SP (326,9 milhões de dólares), onde está instalado o maior complexo portuário da América Latina.
Marabá, por seu turno, fechou o primeiro bimestre em 20º lugar, com 238,7 milhões de dólares exportados, mais que São José dos Campos-SP (227 milhões de dólares), Curitiba (196,3 milhões de dólares) e Itabira-MG (187,9 milhões de dólares). Entre todos os municípios paraenses, Marabá é o que tem a cesta de produtos mais diversificada, com ao menos nove commodities apreciadas pelos gringos. Os principais passaportes marabaenses em janeiro e fevereiro deste ano foram cobre (207,1 milhões de dólares vendidos), manganês (20,2 milhões de dólares), carne bovina congelada (7,9 milhões de dólares) e carne bovina fresca (1,6 milhão de dólares).