Na negociação realizada na tarde da última terça-feira (20), os bancários rejeitaram a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) de reajuste salarial de 7,5% e decidiram manter a greve, segundo informações da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). Os bancários pedem reajuste salarial de 16%.
De acordo com o Sindicato dos Bancários do Pará, no balanço da terça-feira, 20, o total de 422 agências de bancos públicos e privados aderiram à greve no Pará, o que representa 86% das agências bancárias do estado em paralisação. Nesta quarta-feira, a greve completa 16 dias e o impasse entre trabalhadores e bancos segue sem previsão de término.
A greve começou no dia 6 de outubro e alcança 12.496 unidades bancárias em todo o Brasil. A orientação tanto do Sindicato quanto do Comando Nacional dos Bancários, é que a categoria continue fortalecendo a greve até que as reivindicações sejam atendidas.
Em Parauapebas, todas as agências bancárias aderiram à greve e não faltam clientes reclamando. As casas lotéricas da cidade estão a cada dia mais lotadas, o local é o mais procurado pela população para realização de pagamentos e outras transações. “Todo ano tem essa greve, eu entendo que os funcionários têm seu direitos, mas quem sofre é a população com a falta do serviço”, comenta João Freitas, dono de um estabelecimento comercial no bairro Liberdade.
Além da reclamação das filas nos canais alternativos de pagamentos, outro problema é falta de dinheiro nos caixas eletrônicos. O comerciante Glauco Lima conta que depois de tentar várias vezes sacar dinheiro, somente hoje conseguiu realizar a transação, por falta de cédulas nos caixas eletrônicos.
“Os serviços dos bancos aqui na cidade são de péssima qualidade e com essa greve piora tudo. Perdemos tempo em filas enormes para evitar pagar juros nas contas e ainda temos que lidar com a falta de dinheiro no caixa eletrônico. Tá difícil”, declara o morador do Cidade Jardim.