Presidente do Banco da Amazônia (Basa), desde junho de 2023, o executivo Luiz Lessa começa a execução de um plano que será a marca de sua administração: a criação de um fundo de investimento (FI) para o desenvolvimento da região amazônica.
De olho na COP 30 (Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas) que será realizado em outubro de 2025, em Belém do Pará, o Basa está dialogando com entidades financeiras internacionais sobre a oportunidade de investimentos nos novos fundos, com a captação de recursos.
O próprio Luiz Lessa tem mantido diálogos com o Banco Mundial, o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), o IFC (da sigla em inglês, Corporação Financeira Internacional) e o Banco dos Brics. Segundo o executivo, o dinheiro deve ser distribuído pelo Basa por meio de linhas de crédito. Os valores não foram divulgados.
“Surgiu esse interesse maior de trazer recursos para o desenvolvimento da Amazônia. A partir dessas discussões, vão surgir outras formas de recursos a serem disponibilizados por meio de financiamento”, afirmou Lessa. Os empréstimos serão lastreados com a captação de recursos dos novos FIs.
O Basa já oferece linhas de crédito voltadas à sustentabilidade, como o “Amazônia Rural Verde”, programa de financiamento exclusivo para projetos rentáveis que protejam o meio ambiente.
“Hoje a gente conta com linhas de sustentabilidade de recuperação de floresta, de bioeconomia, de agricultura integrada com a floresta. O que a gente vai fazer é intensificar a divulgação e a oferta desses créditos na região para intensificar a cultura da economia mais verde no campo”, explicou o presidente.
Segundo Lessa, da carteira de R$ 51 bilhões de crédito do Basa, a maior parte está no Pará (R$ 16 bilhões), Rondônia (R$ 14 bilhões) e Tocantins (R$ 13 bilhões). “São os Estados que têm mais agroindústria e acabam tomando, em termos de volume, mais crédito”, completou.
Integração com os outros bancos
Lessa adiantou que os caixas eletrônicos do Basa, da Caixa Econômica Federal, do Banco do Nordeste e do Banco do Brasil devem estar integrados até o fim de 2023. As instituições financeiras criaram um grupo de trabalho para integrar seus serviços com o objetivo de facilitar o acesso aos produtos financeiros.
“A gente depende de integração tecnológica de quatro bancos. As vezes um anda mais rápido que o outro. Um tem um sistema mais complexo do que o outro para fazer essa integração”, afirmou.
Segundo Lessa, os bancos dependem dessa fase inicial, em que as equipes de tecnologia da informação estão trabalhando, para avaliar se é possível expandir ainda mais a integração dos serviços bancários.
Ao todo, a rede de atendimento terá 22.000 pontos de serviços bancários, dos quais 9.000 são agências e 13.000 são unidades lotéricas.
“É possível avançar algumas coisas sim em nível de atendimento em agência. Mas primeiro precisa passar por essa etapa tecnológica. A partir dessa integração tecnológica é que a gente vai ter uma noção clara do que mais se consegue fazer”, disse.
O governo federal é o controlador dos quatro bancos, apesar de o Banco do Nordeste e o Banco da Amazônia terem atuação regional
* Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.