Por Ulisses Pompeu – de Marabá
Garantir o desenvolvimento das regiões sul e sudeste do Pará e atuar como força de pacificação permanente foram os pressupostos estratégicos da criação do 52º Batalhão de Infantaria de Selva, o “Pioneiro da Transamazônica”, que atualmente conta com 785 militares.
O primeiro pelotão chegou a Marabá, onde a Organização Militar está situada, no dia 31 de janeiro de 1973. Os militares foram deslocados, por via aérea, da 3ª Companhia do 2º Batalhão de Infantaria de Selva, sediado em Belém. Seis meses depois, em junho, chegaram à cidade os outros dois pelotões. E a motivação foi bem definida: atuar no combate à Guerrilha do Araguaia, que ainda estava forte na região.
Mas a instalação do 52° BIS também está relacionada ao Projeto Grande Carajás – criado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), após 1964, com o intuito de colonizar a região Amazônica.
Diante desse contexto, a decisão de transferir a 3ª Companhia do 2º BIS representou o pioneirismo da presença militar na região e também na Rodovia Transamazônica, principal acesso terrestre à floresta tão cobiçada mundialmente. Desde sua criação, o 52º BIS colabora com “a ordem e o progresso” da cidade de Marabá, seja aos menos favorecidos que na década de 70 e 80 sempre buscaram no Pioneiro da Transamazônica a garantia de seus direitos, tendo em vista ser o único representante do Estado naquela época, conhecido pela comunidade marabaense como a “Polícia do 8”, em referência ao marco em que o batalhão se encontra na rodovia.
Com o estabelecimento dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário na cidade, o 52º BIS voltou-se prioritariamente para sua atividade fim, com constantes treinamentos para defesa externa e garantia da Lei e da Ordem. Além disso, permaneceu executando ações subsidiárias em favor da população carente da Amazônia Oriental, por meio de prestação de serviços e apoio aos municípios da região.
Destaca-se, neste contexto, as constantes mobilizações dos militares para o socorro à população da Marabá Pioneira, por ocasião das enchentes dos Rios Tocantins e Itacaiunas, com os primeiros registros nos meses de janeiro e fevereiro de 1985, onde o batalhão abrigou cerca de 80 famílias em 250 barracas de 10 praças na Folha 28. O 52º BIS também sempre esteve atuando diretamente na garantia da lei e da ordem nas eleições nos municípios desta região da Amazônia Oriental, com o primeiro registro datado de 15 de novembro de 1982, sendo essa atividade realizada até os dias atuais.
A mão amiga da tropa também se faz presente à população, através de Ação Cívico Social (ACISO), iniciando as atividades em 27 de dezembro de 1973, através de um convênio com a FUNRURAL para assistência ao trabalhador do campo. Naquele ano, a atuação se deu em Marabá, nas aldeias da etnia Suruí, em “São Domingos das Latas”, em Itupiranga, na Vila Landim, em São João do Araguaia, e Vilas Apinagés, Santa Rita, Santa Luzia e São José. Desde então, o 52º BIS se faz presente nas comunidades do sul e sudeste do Pará através desta atividade.
O 52º BIS também integrou o 9º e 20º Contingente da Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (MINUSTAH), com uma Companhia de Fuzileiros de Selva e integrantes da Companhia de Comando e Apoio, participando da bela história que as tropas brasileiras vêm escrevendo no Haiti.
Comemorações
A comemoração do aniversário de 45 anos está sendo realizada em dois momentos. A primeira está sendo agora pela manhã, com a presença de crianças da rede municipal de ensino que vão ajudar no plantio de uma muda de Cedro, espécie que pode chegar a medir entre 20 e 30 metros de altura.
A segunda parte da celebração será à noite, com a tradicional formatura do Batalhão e a entrega do diploma Amigos do Batalhão à personalidade que de forma relevante contribuíram com as atividades do 52º BIS ao longo de 2016.
O prefeito Tião Miranda, além do presidente da Câmara Municipal, Pedro Correa e outras autoridades civis e militares foram convidados a participar da solenidade.
O tenente coronel Temístocles da Rocha Torres, comandante do 52º BIS, disse que se orgulha em estar à frente de um batalhão com tantas histórias e tradição. “O batalhão chegou aqui quando o poder do estado era carente, quando havia desavenças e outras demandas que tinham que ser resolvidas no Km 8. Um trabalho que a gente faz com frequência é a ação subsidiária de apoio à população em enchentes e outras demandas da cidade, além de prestar assistência nos municípios adjacentes”, explicou.
Novos desafios
Em 2017, será é a primeira vez que o batalhão irá promover um núcleo de preparação para formar praças que preencherem os requisitos necessários para se tornarem oficiais temporários. Serão incorporados 20 alunos do batalhão que poderão se tornar oficiais temporários, podendo permanecer até oito anos na força do Exército”, revela o comandante, lembrando que antes era preciso deslocar oficiais temporários de Belém e São Luís para exercer a função em Marabá.
3 comentários em “Batalhão mais antigo do Exército na região completa hoje 44 anos”
Criado pra reprimir a guerrilha do Araguaia
Prestei serviço militar no 52 Bis em 1985 , no meu tempo era conhecido como KM 8 , naquele tempo era o único batalhão militar do exército em Maraba
Parabéns aos integrantes do Pioneiro da Transamazonica.