A Equatorial Energia fechou a compra da distribuidora paraense de energia Celpa, pondo fim à novela sobre o destino de uma das empresas do endividado Grupo Rede Energia.
Ao assumir a Celpa, a Equatorial Energia atenderá a uma área de concessão contígua à da Cemar, distribuidora maranhense que já controla, podendo obter sinergias.
A conclusão do processo ainda evitou com que a Eletrobras, acionista minoritária da Celpa, tivesse de assumir a paraense –uma prática que vinha acontecendo em outros casos de distribuidoras de energia em dificuldades, como foi o caso da goiana Celg.
"É positivo. A pior coisa seria uma falência. E ainda foi uma solução de mercado, o que é um paradigma", disse uma fonte do governo que preferiu não se identificar, ao ser questionado sobre a compra da Celpa pela Equatorial.
A Equatorial adquiriu a distribuidora do Pará por 1 real, assumindo 39,1 milhões de ações de emissão da Celpa. A empresa passa a ter 61,37 por cento do capital social da distribuidora, segundo fato relevante à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta terça-feira.
O anúncio ocorre depois que venceu o prazo estabelecido pela Justiça do Pará para que Equatorial e Celpa fechassem o contrato. O atraso na assinatura chegou a fazer com que a J&F, holding controladora do frigorífico JBS, reforçasse o interesse na Celpa mais cedo nesta terça-feira.
No fim da semana passada, a juíza responsável pelo processo de recuperação judicial da Celpa, Maria Filomena Buarque, deu um prazo de três dias terminados na segunda-feira para que a Equatorial assumisse o compromisso de ficar com a Celpa.
O movimento buscava agilizar uma solução para a companhia, que já acumulava dívida de 458 milhões de reais com o Estado do Pará, diante de ICMS não repassados, segundo informação do administrador judicial da Celpa, Mauro Santos.
A Celpa estava em processo de recuperação judicial desde março e era a única das nove distribuidoras de energia do Grupo Rede que não sofreu intervenção pelo governo, na maior ação direta da história sobre um setor regulado, no fim de agosto.
O pedido de recuperação judicial da Celpa paralisou o processo de venda da fatia de 54 por cento do acionista majoritário Jorge Queiroz Junior no Grupo Rede. A participação tinha sido colocada à venda no fim de 2011, mas os interessados teriam ficado inseguros em prosseguir com as conversas.
Em junho, a Equatorial formalizou o interesse na Celpa e começou a participar da estruturação dos planos de recuperação e de transição para assumir a paraense.
Com uma dívida que ultrapassava os 3,4 bilhões de reais, segundo informações do administrador judicial no começo de setembro, o plano de recuperação da Celpa com os credores foi aprovado apenas em 1o de setembro, estabelecendo parcelamento no pagamento e desconto nas dívidas.
Já a aprovação do plano de transição –condição para que a Equatorial prosseguisse com a aquisição– ocorreu na semana passada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), e foi parcial, não atendendo a todos os pleitos reivindicados pela Equatorial.
A Equatorial –que já afirmou ter interesse em ativos "complicados" aos quais possa agregar valor– assumiu o controle da Cemar por 1 real em 2004, e conduziu uma reestruturação na maranhense que é elogiada por analistas do setor elétrico.
O diretor financeiro da Equatorial Energia, Eduardo Haiama, afirmou em julho, em teleconferência com analistas, que a complexidade de operação na Celpa é maior que na Cemar, devido à área de atuação em plena floresta amazônica, entre outros fatores.
As ações da Equatorial, que chegaram a cair quase 2 por cento na mínima do dia, aceleraram e terminaram o pregão com ganho de mais de 5 por cento na bolsa paulista, segundo dados preliminares.
O fato relevante sobre a compra da Celpa pela Equatorial não trazia informações sobre como será feita a capitalização da distribuidora paraense, algo previsto no plano de saneamento da companhia. Os detalhes do contrato de compra e venda do controle também não foram divulgados.
A Celpa atende a 1,8 milhão de unidades consumidora em todo o Pará.
Fonte: Reuters
7 comentários em “Batido o martelo. Por R$1,00 Equatorial compra a Celpa”
Valeu Jatene pela privatização da Celpa !!
Está aí a essência da Privataria Tucana:
A Celpa foi vendida pelos tucanos a preço de banana. Durante 14 anos os compradores da empresa ficaram sugando tudo que podiam, centenas de milhões de Reais, não investiram nada e quando a bomba estourou entregaram na mão da justiça.
Após aprovarem um plano de recuperação judicial onde a própria empresa vai gerar os fluxos necessários para a sua recuperação, turbinado pelo aumento de 13% na tarifa, simplesmente saem do negócio numa boa, ricos, sem processos, nada. Tudo numa boa.
Agora entregam o negócio a uma nova “sangue suga” e o ciclo se retroalimenta.
Obrigado Jatene !!
o sistema de governo federal atualmente prova que para ser responsável não precisa privatizar esses últimos 10 anos não ouve privatização e tudo esta maravilhoso.
De todas a única que teve problemas foi a Rede , então o que tem a ver a privatização com a Gestão da empresa ???? Uma coisa ninguém pode negar ..Quando era estatal , ao solicitar qualquer serviço , tinha que esperar entre 3 a 4 dias, agora o tempo é bem rápido , pelo menos no meu bairro da Marambaia..
Papo furado cara!
Tu vai querer que acreditem que tu ficaste 4 dias sem energia??
Só se for por falta de pagamento! aí fica sim!.. rsrsr!
Agora, vamos rezar para termos energia de verdade na nossa cidade!
Vai continuar a mesma coisa:
Uma guaribada no sistema, segurar as manutenções, ter lucro, sucatear e vender de novo!
“Não queríamos ter ouvido essa notícia da mais descarada consequência de privataria – Tucana- de que se tem notícia no setor energético no país.
Mas, para evitar a falência da Celpa, a Equatorial Energia fechou contrato para a compra da distribuidora paraense de energia.
A Equatorial adquiriu a distribuidora do Grupo Rede Energia por 1 real, assumindo 39,1 milhões de ações de emissão da Celpa.
A Celpa estava em processo de recuperação judicial e era a única das nove distribuidoras de energia do Grupo Rede sem intervenção pelo governo.
Vamos relembrar a locução de alguns resumos dos capítulos dessa novela:
Caso Celpa
Loc- A Justiça fala em três bilhões de reais, o mercado fala em quatro bilhões de reais em dívidas da Celpa, concessionária que em maio deste ano solicitou o pedido de recuperação judicial. De lá até o mês atual, as negociações entre a empresa do grupo Rede e possíveis investidores não foram fechadas com regras claras e deferidas pela Aneel.
Loc- A Celpa, empresa de concessão pública (gerenciadora de bem público) foi privatizada pelo PSDB em 1998, vendida pelo valor de 450 milhões de reais. E durante todos esses anos as taxas mínimas de lucros não ficaram no Pará, para investimentos na qualidade dos serviços de distribuição (ampliação da rede de abastecimento, tecnologias etc.). Cerca de dois mil trabalhadores foram demitidos, e em 12 anos a terceirização dos serviços foi triplicada.
Loc- Os dividendos foram repassados a empresas do grupo fora do estado, e somente pouco mais da metade acumulado dos recursos foram empregados em investimentos como determina a Agência reguladora do setor, cerca de 280 milhões, quando deveriam ter sido investidos 660 milhões de reais.
Loc- Com uma perda judicial em 2004 no valor de 370 milhões de reais, a empresa emprestava de outras empresas do grupo e a dívida foi aumentando, e os tributos também foram sendo calotados, chegando em 2006 a cerca de 415 milhões de reais.
Loc- Para evitar a falência, o pedido de recuperação judicial, em 2011, evidenciou o alto valor das dívidas, e ao mesmo tempo da má gestão do bem público, tornando-se a pior distribuidora de energia no ranking nacional.
Loc- O deputado Puty desde o início do processo, junto ao Ministério Público Estadual e Federal, briga para manter transparente a apuração das causas de insolvência financeira da Celpa. O deputado solicitou audiências públicas, para cobrar da Aneel esclarecimentos sobre a fiscalização dos processos de negociação e repactuação das dívidas, que envolvem um bem público e cobrar a melhoria na qualidade dos serviços.
Loc-Em meio a esse processo, o aumento da tarifa foi autorizado pela justiça. Esse aumento de 12,7% foi uma moeda na negociação entre a Celpa e possíveis investidores. Aumento esse que vai à contramão das políticas do setor, quando o governo propõe uma política de diminuição dos tributos, o que prevê uma diminuição de 16,2% nas tarifas de todo país até 2013, e faz uma projeção de exclusão de mais taxas (PIS, COFINS).”
Postado por Assessoria de Comunicação do deputado Claudio Puty, às 16:29