O Pará, estado que detém o quarto maior rebanho do país, com 20 milhões de cabeças de gado, está sendo alvo de uma ação conjunta do Ministério Público Federal e do IBAMA que, juntos, estão multando fazendas que criam gado em áreas devastadas ilegalmente e as empresas que compram seus produtos. A Deputada Federal pelo PMDB pelo Pará, Bel Mesquita, afirma que a ação é demasiadamente rigorosa e que poderá prejudicar a produção agrícola do país. “Essa situação não é só do Pará. Essa situação que foi provocada por uma atitude muito estranha do Ministério Público Federal e do IBAMA porque o embargo das propriedades não pode ser feito em uma punição sem que não haja toda a seqüência judiciária necessária… Essas propriedades teriam que ser ajuizadas”.
Bel Mesquita informa que hoje os preços no Pará permanecem estáveis, mas ontem o presidente do Sindicato Rural de Paragominas já estava registrando um recuo de R$ 4 por arroba nas negociações com boi em seu estado. Ela diz também que a informação que foi dada pelo Ministério Público aos frigoríficos e grandes compradores de carne vai fazer com que toda essa situação influencie o país inteiro. “Estamos penalizando toda a cadeia produtiva da carne e dos derivados, e esses terão os reflexos em outras cadeias, sejam comercial ou industrial”.
A deputada diz ainda que temos que ter muito cuidado porque, se o IBAMA e o Ministério Público aplicarem este rigor em outros estados, também vai inviabilizar outras culturas. “Vamos inviabilizar a maçã em santa Catarina, a uva no Rio Grande do Sul, vamos reduzir em 60% a produção de arroz em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul; em 80% o café em Minas Gerais; 100% do café no Espírito Santo e 30% da área de cana em São Paulo”. Bel Mesquita afirma que esta medida deve provocar prejuízos na imagem do Brasil no exterior, nas exportações, e em toda a cadeia produtiva de carne.