Parece sempre notícia antiga, mas infelizmente é verdade e realidade: Belém, Ananindeua e Santarém acabam de aparecer em mais uma pesquisa de expressão nacional entre as piores cidades do país para viver. Novidade seria se estivessem entre as melhores. A informação consta do relatório Desafios da Gestão Municipal (DGM) 2024, lançado no final da semana passada pela consultoria Macroplan e o qual o Blog do Zé Dudu analisou criteriosamente.
O estudo, que aborda o desenvolvimento dos 100 municípios mais populosos do Brasil em diversas nuances, traz resultados semelhantes aos já apontados por outros levantamentos que colocam as cidades paraenses na lanterna do progresso. Ao serem agregados 15 indicadores das áreas de educação, saúde, segurança e sustentabilidade, Belém, Ananindeua e Santarém foram parar no fim da fila, entre as 15 mais atrasadas.
E a vergonha só não foi maior porque o parâmetro populacional utilizado para chegar aos 100 municípios mais populosos do país foi o Censo 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Se tivesse sido utilizada a Estimativa da População 2024, do mesmo instituto, seria arrastada ao pelotão a cidade de Parauapebas, que também possui indicadores ruins e só aumentaria o vexame do Pará. Marabá deve entrar no estudo a partir de 2026.
O ranking de melhores e piores cidades é elaborado por meio do que a Macroplan chama de Índice de Desafio da Gestão Municipal (IDGM), numa escala que vai de 0 a 1, e quanto mais próximo de 1, melhor a qualidade de vida e os serviços oferecidos pelo município a seus cidadãos. Assim, Maringá (PR), com nota 0,765, é o melhor município do Brasil, seguido dos paulistas Franca (0,722) e Jundiaí (0,721).
A distância entre o progresso social de Maringá e as cidades paraenses de Belém, Ananindeua e Santarém é abissal. Numa escala de tempo, é como se Maringá vivesse em 2024 e as três cidades paraenses estivessem no começo dos anos 90. Confira a seguir o desempenho de cada representante do Pará no estudo, segundo análise da Macroplan.
ANANINDEUA, 13ª PIOR
Ananindeua está na 88ª melhor posição entre os 100 maiores municípios do Brasil no ranking do IDGM. O município ganhou 11 posições na década. Entre as quatro áreas analisadas, Ananindeua teve sua melhor posição em saúde: 64ª posição. A posição nas outras áreas foi: 80ª em segurança, 82ª em educação e 94ª em saneamento e sustentabilidade. Na última década, a cidade melhorou sua posição no ranking em três áreas, e perdeu posição em uma: educação (+11 posições); saúde (-23 posições); segurança (+20 posições); e saneamento e sustentabilidade (+5 posições).
BELÉM, 10ª PIOR
Belém está na 91ª melhor posição entre os 100 maiores municípios do Brasil no ranking IDGM. O município ganhou uma posição na década. Entre as quatro áreas analisadas, Belém teve sua melhor posição em segurança: 63ª posição. A posição nas outras áreas foi: 82ª em saúde, 86ª em educação e 92ª em saneamento e sustentabilidade. Na última década, a cidade melhorou sua posição no ranking em três áreas, e perdeu posição em uma: educação (+3 posições); saúde (-3 posições); segurança (+25 posições); e saneamento e sustentabilidade (+1 posição).
SANTARÉM, 7ª PIOR
Santarém está na 94ª melhor posição entre os 100 maiores municípios do Brasil no ranking do IDGM. O município perdeu 12 posições na década. Entre as quatro áreas analisadas, Santarém teve sua melhor posição em segurança: 52ª posição. A posição nas outras áreas foi: 68ª em educação, 72ª em saúde e 99ª em saneamento e sustentabilidade. Na última década, a cidade melhorou sua posição no ranking em uma área, e perdeu posições em três áreas: educação (-1 posição); saúde (+17 posições); segurança (-51 posições); e saneamento e sustentabilidade (-3 posições).