Dos 28.401 postos de trabalho com carteira assinada que o estado do Pará apresentou como saldo líquido nos primeiros seis meses de 2024, mais da metade ficou concentrada em apenas três cidades: Belém, Canaã dos Carajás e Marabá. Essas três são, este ano, os grandes celeiros de oportunidades e respondem por 55% dos empregos formais gerados, segundo o mais recente Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado esta semana pelo Ministério do Trabalho e Emprego. As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu.
O balanço completo do semestre revela que a capital paraense, Belém, alcançou saldo de 9.324 empregos formais no período, posicionando-se como a 12ª cidade do Brasil em geração de empregos. Levando em consideração apenas o mês de junho, Belém foi a 8ª cidade do país que mais gerou oportunidades com carteira assinada, registrando 2.125 vagas líquidas, uma das melhores posições da metrópole esta década.
Por seu turno, Canaã dos Carajás, que embora tenha somente 85 mil habitantes hoje, põe muita cidade grande no bolso, quando o assunto é geração de emprego com carteira assinada. A Terra Prometida criou 3.300 vagas líquidas no período de janeiro a junho deste ano, 973 das quais apenas em junho. É a 68ª cidade brasileira que mais criou vagas, seguida de perto, na 72ª colocação nacional, por Marabá, que abriu 3.095 oportunidades no semestre e 667 somente em junho.
Canaã e Marabá se mostram melhores para trabalhar atualmente que capitais como Boa Vista, Palmas, Rio Branco e Florianópolis, impulsionadas sobretudo por empreendimentos da mineradora multinacional Vale, tanto em expansão de projetos minerais quanto em logística e infraestrutura de suporte aos respectivos projetos. Os setores de construção civil e serviços nas duas cidades estão aquecidos.
Além das três estrelas paraenses, merecem destaque no semestre as cidades de Castanhal, com 1.473 empregos formais acumulados, e Ananindeua, com 1.140. Juntas, as cinco geraram 65 de cada 100 empregos com carteira assinada no Pará. No acumulado do semestre, 103 cidades paraenses tiveram saldo positivo; três apresentaram saldo zerado, quando o número de demissões é o mesmo das contratações; e 38 cidades fecharam com saldo vermelho, quando o número de demitidos supera o de contratados.
E Parauapebas, onde foi parar?
A situação de Parauapebas — que por algumas ocasiões alcançou o pódio como município que mais gerou empregos no país — foi dramática no primeiro semestre de 2024. Ainda assim, a Capital do Minério conseguiu reagir e fechar com saldo líquido de 860 empregos formais, o que não é muito para os padrões locais, especialmente quando se consideram dados globais de demissões, totalizadas em 22.061 trabalhadores de janeiro a junho, segundo o Caged. É como se Parauapebas tivesse assistido à demissão de uma multidão de trabalhadores suficientes para montar um acampamento maior que a vizinha cidade de Curionópolis.
De um ano para cá, os números de postos com carteira assinada em Parauapebas começaram a definhar. No acumulado de 12 meses, a cidade tem saldo positivo de apenas 113 empregos formais, ao passo que Marabá teve 4.935 (44 vezes mais) e Canaã dos Carajás registrou 5.916 (52 vezes mais). É o pior resultado de Parauapebas desde a pandemia de coronavírus.
Além disso, o salário médio de contratação no município está em queda, enquanto avança em Marabá e Canaã dos Carajás. É por isso que, como efeito, a aquisição de veículos novos tem desacelerado na Capital do Minério e crescido na Rainha do Tocantins e na Terra Prometida, conforme mostrou no mês passado o Blog do Zé Dudu (relembre aqui). O mercado de veículos é, vale lembrar, um dos grandes termômetros da saúde do mercado de trabalho nos municípios.
Confira o ranking dos 20 municípios paraenses que apresentaram os maiores saldos líquidos de empregos com carteira assinada no primeiro semestre deste ano.
3 comentários em “Belém, Canaã e Marabá lideram geração de empregos no 1º semestre”
Que bom ver minha querida maraba crescendo e prosperando apesar do furacao Tiao…
E tucurui gerou quantos ?
Tucuruí não está entre os 20 por isso não aparece na matéria, rapaz. Leia direito!!!