Um grupo de pesquisa da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) colocou no papel o que os belenenses vivenciam quase todos os dias: chuva, muita chuva. Utilizando dados consolidados do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastre Naturais (Cemaden), de 2020, os pesquisadores constataram que Belém é, de longe, a cidade onde mais chove no país. Os dados se baseiam em 1.334 pluviógrafos automáticos espalhados pelo Brasil.
As informações foram levantadas pelo Blog do Zé Dudu, que conferiu as 16 páginas do estudo, segundo o qual, a Grande Belém ostenta impressionantes cinco dos dez maiores recordes de chuvas do ano passado. E esses cinco maiores recordes são, também, do primeiro ao quinto lugar, o que concede ao Pará o título de estado mais chuvoso do país.
O maior volume de chuvas do ano totalizou 3.868 milímetros e ocorreu em Belém, enquanto o menor volume foi registrado no município de Canudos, semiárido da Bahia, onde caíram apenas 365,8 milímetros. Ananindeua, Marituba, Benevides e Santa Bárbara do Pará também acompanham a capital paraense em volume de água.
E dá-lhe água: a capital paraense é a cidade com mais dias debaixo de temporais. No ano passado, dos 366 dias, Belém viu chuva em 276 deles. A média é de um toró a cada 31 horas. Rio do Antônio, na Bahia, por outro lado, é a cidade com menos dias chuvosos só 44.
Belém também apresentou uma das dez maiores precipitações diárias em 2020, tendo registrado 202,8 milímetros de chuva. No entanto, Itaguaí, no estado do Rio de Janeiro, é quem detém o recorde de mais chuva em 24 horas: 294 milímetros. Entre as cidades com mais chuvas no período de apenas uma hora, o recorde pertence a Fundão, no estado do Espírito Santo, com 132,8 milímetros. O Pará não tem representante nesse critério, mas o vizinho Maranhão se destaca com três nomes, inclusive Imperatriz, onde chegou a chover 94,8 milímetros em 60 minutos, um recorde.
Marabá ou Parauapebas: onde chove mais?
Chove muito mais em Marabá. A média de distribuição de chuvas no principal município do sudeste do Pará fica entre 2.123 e 2.621 milímetros, enquanto em Parauapebas a média gira entre 1.756 e 2.122 milímetros. É muita água em ambos os casos, com volume maior entre os meses de novembro e abril e picos de chuva em fevereiro e março.
Apesar de o município de Parauapebas ter, proporcionalmente, mais florestas intactas que Marabá, os pluviógrafos registram que esta última “suga” mais água que a Capital do Minério. Os 6.244 quilômetros quadrados de mata virgem que ainda resistem no território marabaense e os caudalosos rios, como o Tocantins e o Itacaiúnas, favorecem os dilúvios frequentes que se abatem sobre a cidade, sobretudo entre janeiro e abril.