Apesar de estar entre as capitais menos desenvolvidas do país, no tocante ao Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), Belém tem uma das populações com hábitos saudáveis mais controversos do Brasil, no que diz respeito ao conjunto de fatores liderados por consumo de cigarro e álcool, alimentos saudáveis, prática de atividades físicas e obesidade. As informações foram divulgadas na última semana pelo Ministério da Saúde, por meio da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2018.
O Blog do Zé Dudu teve acesso à integra do estudo e constatou que a capital paraense tem o segundo menor percentual de adultos fumantes (4,9%), ligeiramente atrás das nordestinas Salvador e São Luís (4,8%). No outro extremo, Belém tem 57,7% de sua população acima do peso, sendo que 63% dos homens adultos estão nessa situação, a 5ª pior situação nacional.
A obesidade também é alta entre os paraenses, com 20,7% dos moradores nessa condição, enquanto na vizinha São Luís a taxa de obesidade é de 15,7%. Em contraponto, Belém é a capital do país com o menor consumo de frutas e hortaliças: 23%. É praticamente metade do percentual da líder no segmento, Florianópolis, onde 44,7% dos adultos consomem regularmente frutas e legumes.
Apenas 15,9% da população de Belém consomem adequadamente 400 gramas de frutas e hortaliças, conforme preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o equivalente ao consumo diário de cinco porções desses alimentos.
Por outro lado, o percentual de homens que praticam atividades físicas (51%) no tempo livre é um dos mais altos do Brasil, ao passo que as mulheres que fazem atividade diária no deslocamento para o trabalho (14%) também garantem um dos mais elevados percentuais, o dobro de Palmas (7%).
A pesquisa também mostra que Belém é, atualmente, uma das capitais onde os adultos mais gastam tempo — três ou mais horas do seu tempo livre — assistindo televisão ou usando computador, tablet ou celular. E a mulher belenense é a menos perigosa no trânsito após beber. Menos de 1% das mulheres refere já ter dirigido após a ingestão de bebida alcoólica.