Carajás é uma região de potencialidades naturais ímpar no globo. Além de concentrar o minério de ferro de mais alto teor até o momento conhecido, a região é berçário de espécies vivas, algumas das quais não encontradas em qualquer outro lugar. E a ciência é quem faz a constatação.
Recentemente, o Museu Paraense Emílio Goeldi anunciou a identificação de centenas de novas espécies, sendo 63 de plantas e fungos entre os anos de 2014 e 2018. Dos 58 novos exemplares do reino vegetal, duas herbáceas, a Brasilianthus e a Carajasia, foram encontradas nas áreas de afloramento ferrífero de Carajás, de onde são endêmicas — ou seja, só existem nessa região.
Brasilianthus
Carajasia
Segundo descrição dos pesquisadores do Museu, as plantinhas exclusivas de Carajás têm ciclo de vida efêmero e flores discretas, que permaneceram muito tempo desconhecidas dos botânicos. Não fosse a existência da Floresta Nacional de Carajás, para garantir a preservação das espécies, possivelmente essas plantas teriam sido extintas antes mesmo de serem descobertas. A Flona de Carajás, que é um santuário preservado da Amazônia oriental, está em meio a uma região de intensa perturbação ambiental, marcada por projetos de mineração, formação de pastagens para gado, grande intensidade de ocupação humana e desmatamento.