Por Val-André Mutran – de Brasília
A semana legislativa começou herdando o clima negativo da semana anterior entre os deputados e senadores: hostil ao Governo. Ao longo do dia o trabalho da tropa de choque do governo foi intenso, e o que seria a estruturação de uma base de apoio político ao governo, com um grupo de 13 partidos, começa a ganhar corpo.
Foram rodadas de reuniões ao longo do dia, sob a liderança de Pedro Lucas Fernandes (PTB-MA), Wellington Roberto (PR-PB), Baleia Rossi (MDB-SP), André de Paula (PSD-CE), Augusto Coutinho (SD-PE), Elmar Nascimento (DEM-BA), Arthur Lira (PP-AL), Daniel Coelho (PPS-PE), Johnathan de Jesus (PRB-RR), Carlos Sampaio (PSDB-SP), José Nelto (PODE-GO), Toninho Wandscheer (PROS-PR), Fred Costa (Patriota-MG) e Agnaldo Ribeiro (líder da maioria). Juntos, esses partidos somam 291 parlamentares.
O PSL, partido de Bolsonaro, compareceu com apenas metade de sua bancada, anunciou apoio à reforma, mas expôs o racha interno. Alguns deputados atribuem a dispersão ao próprio governo, que não estaria dialogando com a legenda como querem os dissidentes.
O apoio dos partidos, entretanto, requer duas mudanças no texto enviado à Câmara pelo Palácio do Planalto: ficariam de fora as alterações propostas para o Benefício de Prestação Continuada, que atende às pessoas com deficiência, e as alterações nas regras da aposentadoria rural. Os parlamentares também assumiram o compromisso de “não permitir” a “desconstitucionalização generalizada do sistema previdenciário do país”.
Oposição faz barulho
Por outro lado, a oposição criticou a ausência do ministro da Economia, Paulo Guedes, que participaria hoje de audiência na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. Guedes esclareceria os cálculos utilizados pela equipe econômica e mais detalhes sobre a proposta da reforma.
Em nota, os líderes dos partidos de oposição (PT, PDT, PCdoB, PSB, PSOL e Rede) se manifestaram contrariamente à proposta nesta terça-feira (26).