Por Eleutério Gomes – de Marabá
Segue interditada, desde ontem, quarta-feira (18), a Rodovia BR-155, à altura da Fazenda Cedro, entre Marabá e Eldorado do Carajás. O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) é o responsável pelo bloqueio, como integrante da Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária, que acontece em vários Estados. Na noite de ontem a estrada foi liberada, mas, por volta das 6h30 de hoje voltou a ser fechada.
Manoel Souza, um dos coordenadores do MST no Pará, afirma que não há previsão de desbloqueio tão cedo, a não ser que o Incra, em Brasília (DF), dê uma posição sobre a pauta de reivindicações do movimento.
As negociações, em Brasília (DF) iniciaram logo pela manhã, mas ao meio-dia foram suspensas. Porém no meio desta tarde foram retomadas.
Segundo Souza, o fato de o governo, por meio do Incra, ter se mantido em silêncio ontem, só piorou a situação. A passagem está liberada apenas para ambulâncias e carros transportando pessoas doentes. Ele sentenciou que, caso não haja uma posição, o bloqueio será mantido sem prazo para terminar.
Na quarta, a estrada ficou interditada da manhã à noite e causou muitos protestos de condutores e pessoas que estavam viajando pela rodovia, quando o congestionamento, de mais de dois quilômetros se formou. Hoje, a situação se repete.
As reivindicações do MST são: revisão da política de corte de orçamento que diminuiu os recursos para a reforma agrária; e manutenção do Pronera (Programa Nacional de Educação da Reforma Agrária), que estaria ameaçado de extinção diante da política de cortes do governo.
Na Capital Federal, o Ministério do Planejamento também está ocupado. Uma comissão nacional foi formada a fim de negociar com o governo, tentando a revisão do orçamento da reforma agrária.
Em Marabá, na margem da estrada, 700 famílias estão acampadas. Vieram dos acampamentos Frei Henri, Dalcídio Jurandir, Hugo Chaves e Helenira Rezende.
PM e e agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) permanecem no local da ocupação para evitar tumulto, como o que iniciou ontem, mas foi contido a gás de pimenta, quando um condutor tentou atropelar os manifestantes, que revidaram.
Agora há pouco – 16h50 desta quinta –, de acordo com Poliana Barbosa, uma das líderes do movimento na BR-155, houve muita discussão com agentes da PRF que chegaram ao local encapuzados, tentando furar o bloqueio.
“O clima está tenso novamente e nós tememos pelo que pode acontecer devido essa atitude repressiva deles, tentando nos intimidar”, disse Poliana. O Blog tentou, mas não conseguiu contato com a PRF ou com a Assessoria de Comunicação do órgão, em Belém.