O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou um acordo com o Ministério das Cidades (MCIdades) para estruturar projetos de mobilidade urbana relacionados a iniciativas de metrô, trens, VLT e corredores de ônibus, entre outros. A iniciativa pretende estruturar projetos em 21 regiões metropolitanas, incluindo Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Belém, Porto Alegre e Curitiba, além de outras cidades.
“O envolvimento do BNDES tem grande potencial de atração tanto de investimentos públicos quanto de capital privado para os projetos. É uma participação fundamental. O Brasil tem hoje 15 cidades com mais de 1 milhão de habitantes, das quais, apenas oito têm algum tipo de transporte estruturante sobre trilhos, como trens, metrô ou VLT”, disse Roberta Marchesi, diretora da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos).
Segundo a associação, com o apoio do BNDES, o país tem capacidade para triplicar sua malha ferroviária de passageiros.
“Além disso, temos 28 regiões metropolitanas com mais de 1 milhão de habitantes, sendo que apenas 39% possuem algum tipo de transporte sobre trilhos, e mesmo nas que contam com esse tipo de transporte, a ANPTrilhos quantidade fica aquém da demanda da população”, atesta a diretora da ANPTrilhos.
“Na ANPTrilhos, fizemos um levantamento recente baseado em 19 regiões metropolitanas com mais de 1 milhão de habitantes, onde já existiam projetos que em algum momento foram apresentados aos cidadãos pelos governos locais, e chegamos a um total de 105 iniciativas”, comentou Marchesi.
“Se esses projetos mapeados realmente se materializarem, teremos um total adicional de 2.600 km agregados à rede de trilhos. Hoje, o total de trilhos para transporte de passageiros no Brasil é de 1.130 km”, acrescentou a executiva, ressaltando que, com o apoio do BNDES, as chances de avanço dessas iniciativas aumentam.
Durante anos, uma das principais críticas dos investidores e especialistas em infraestrutura foi a má preparação dos projetos, o que acabou gerando riscos para os players e financiadores do setor privado, durante o desenvolvimento dos projetos e após sua conclusão, por exemplo, com a estimativa irrealista da demanda dos usuários.
Em 2020, o BNDES criou o chamado hub de projetos, onde passou a estruturar uma carteira de planos de concessões, PPPs e privatizações para serem oferecidos aos investidores.
Como parte dessa iniciativa, o BNDES estruturou e divulgou detalhes de projetos em diversas áreas, principalmente saneamento e rodovias, que tiveram uma proliferação de contratos oferecidos nos últimos anos.
Atualmente, o hub inclui 183 projetos em diversos segmentos, envolvendo investimentos estimados em R$ 562 bilhões (US$ 112 bilhões). O hub de projetos pode ser acessado aqui. O de mobilidade urbana pode ser visto aqui.
* Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.