Divulgado há várias semanas por vários veículos nacionais, o “Diálogos Boi na Linha” foi realizado nesta quinta-feira (16), em Marabá, com a participação de agentes públicos, representantes de produtores rurais e de órgãos de controle ambiental. Para alcançar o que denominam de produção sustentável, os organizadores pregam o monitoramento ambiental e social das fazendas de gado.
O evento, realizado no Centro de Convenções Leonildo Rocha, na Folha 30, é uma iniciativa do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) e leva o mesmo nome do programa voltado à promoção da legalidade e da responsabilidade socioambiental na pecuária.
Segundo os organizadores, este é apenas o primeiro encontro, tendo reunido cerca de 200 personalidades que atuam como protagonistas da pecuária brasileira, em especial do Pará e demais estados da Amazônia Legal. Entre os participantes estão representantes do governo do estado, sociedade civil, frigoríficos e pecuaristas, que discutiram temas como a reinserção do produtor, pecuária sustentável, monitoramento de fornecedores indiretos, rastreabilidade, transparência e, por fim, os avanços na maturidade da cadeia.
Na avaliação de Lisandro Inakake, coordenador de projetos do Imaflora, e que também está à frente do programa Boi na Linha, os objetivos do encontro foram alcançados, pois se converteu em uma ferramenta para apoiar o desenvolvimento da cadeia, mas buscando garantir que isso ocorra em sintonia com a legalidade, a transparência e a responsabilidade socioambiental. “Reunimos aqui em Marabá diferentes atores para debater os desafios, e que também apresentaram o que têm feito de concreto para promover mudanças tão necessárias para o setor,” destacou.
Convidado a representar o município no evento, o vice-prefeito Luciano Lopes Dias reconheceu a importância da pecuária para Marabá, que possui rebanho de gado que ultrapassa a casa de 1,3 milhão de cabeças, sendo o quinto maior produtor do país. “Temos produtores de referência, um frigorífico estratégico que congrega a produção regional, mas certamente há deficiências na cadeia que podem e devem ser melhoradas. Esse evento é importante para identificar esses dilemas e apontar soluções,” disse.
Marina Piatto, diretora-executiva do Imaflora, frisou que é sempre importante discutir o desenvolvimento sustentável da pecuária no Pará, que é um segmento relevante não apenas para a economia e geração de empregos, mas também para a proteção alimentar, inclusão social, conservação ambiental e a manutenção climática.
Para ela, o diálogo realizado em Marabá promoveu uma recapitulação diante da iniciativa da entidade que coordena – uma organização não governamental da sociedade civil atuante há quase 30 anos em prol do desenvolvimento sustentável em todo o Brasil, nas áreas agrícola e florestal.
“Temos dois escritórios regionais no estado. Um em Belém, atuando na região de Oriximiná com comunidades quilombolas, e outro em Altamira, trabalhando com agricultura familiar e projetos no entorno do Xingu. A organização promove o comércio ético dos produtos de origem brasileira, estimula a criação de áreas de concessões florestais e projetos de carbono,” conta.
Piatto ressaltou que os desafios ambientais são valorizados como uma ferramenta para impulsionar a produção: “Não somente atendendo à demanda de mercado, mas também enfrentando os desafios ambientais de maneira proativa”.