Bolsonaro convida Michel Temer para chefiar missão de ajuda ao Líbano

Em nota, o ex-presidente se disse “honrado” e aceitou o convite
O ex-Presidente Michel Temer, que é descendente de libaneses, se disse “honrado” pelo convite

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Brasília – O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) convidou o antecessor Michel Temer (MDB) para chefiar a missão que o governo brasileiro prometeu enviar ao Líbano, para ajudar nos esforços de reconstrução de Beirute.

Por meio de nota, o ex-presidente, que é descendente de libaneses, se disse “honrado” pelo convite. Segundo ele, “quando o ato for publicado no Diário Oficial, serão tomadas as medidas necessárias para viabilizar a tarefa”.

Bolsonaro anunciou ter convidado o ex-presidente durante uma intervenção na conferência virtual com líderes internacionais para discutir formas de apoio ao Líbano, organizada pelo presidente da França, Emmanuel Macron.

Na terça-feira (4), grandes explosões destruíram a infraestrutura da zona portuária da capital do país, Beirute. O presidente da França, Emmanuel Macron, visitou o país nesta quinta-feira. O representante da antiga metrópole – o Líbano foi colônia francesa entre 1923 e 1943 – foi recebido com gritos contra autoridades libanesas. Houve choques com a polícia perto do Parlamento e vários manifestantes ficaram feridos. Macron prometeu ajudar e afirmou que o dinheiro não irá para “mãos corruptas”.

Tragédia

A explosão de terça-feira (4) foi a maior da história de Beirute, em tempos de paz

A destruição na cidade foi extensa: até o momento, há 145 mortes confirmadas, 5 mil feridos e cerca de 300 mil desabrigados. Os danos materiais são estimados entre US$ 3 bilhões e US$ 5 bilhões, e o porto, por onde chegavam dois terços das importações do país, foi completamente destruído. As buscas por dezenas de desaparecidos continuam.

Na conferência, o presidente brasileiro anunciou também o envio de um avião da Força Aérea Brasileira com medicamentos e insumos de saúde, além de um navio com quatro mil toneladas de arroz, a fim de atenuar as perdas nos estoques de grãos do Líbano.

Durante os dois anos que se seguiram ao fim da Primeira Guerra Mundial, em 1918, e segundo o acordo Sykes-Picot assinado entre Inglaterra e França durante o evento, os britânicos mantiveram o controle da província otomana da Mesopotâmia (atual Iraque) e na parte sul da província otomana da Síria (atuais Síria, Palestina, Israel, Líbano e Jordânia), enquanto os franceses controlavam o resto da Síria Otomana (atuais Síria, Líbano e a província de Hatay, que hoje pertence à Turquia).

Durante os primeiros anos da década de 1920, o controle britânico e francês desses territórios foi formalizado pela Liga das Nações no “sistema de mandatos”, e à França foi atribuído o mandato da Síria em 29 de setembro de 1923 – incluindo o Líbano moderno e a província de Hatay, em adição à Síria moderna.

O mandato francês da Síria durou até 1943, quando na sequência da campanha da Síria e do Líbano surgiram os dois países independentes da entidade.

Por Val-André Mutran – de Brasília