Bolsonaro promete inaugurar Ferrovia Norte-Sul antes do final do ano

Obra se arrasta há 37 anos, desde o governo Sarney, Norte do país até o Sudeste e às demais regiões
Assinatura do contrato de concessão da Ferrovia Norte-Sul, em 2019, no trecho entre Porto Nacional (TO) e Estrela D'Oeste (SP) vai baratear de forma substancial o frete de mercadorias no país. O trecho já foi concluído

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Brasília – Iniciadas no governo Sarney (1985-1990), as obras da Ferrovia Norte-Sul, que se arrastam há 37 anos e que são um exemplo de corrupção de governo anteriores, serão concluídas este ano e inauguradas ainda no governo atual, coforme prometeu o presidente Jair Bolsonaro (PL), durante comícios, neste final de semana, nos estados do Maranhão e do Tocantins.

O candidato à reeleição para a Presidência da República destacou que o Brasil acordou para o uso do modal ferroviário em sua matriz de transportes. A Ferrovia Norte-Sul ligará o Norte do país até o Sudeste e às demais regiões.

O transporte ferroviário é um modal muito pouco explorado no Brasil. Desde a época de Juscelino Kubitschek, na década 1960, o principal meio de transporte no território brasileiro é o rodoviário. Não à toa, cerca de um terço dos trilhos brasileiros estão desativados. Isto é, o número de ferrovias abandonadas no Brasil chega a ser alarmante.

De acordo com dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), dos 28.218 quilômetros da malha ferroviária existentes em solo brasileiro, quase 9 mil quilômetros estão abandonados. Além disso, mais de dois terços desses 8,6 quilômetros se encontram deteriorados. Isto é, a condição é tão ruim que não existe a possibilidade de utilizá-los.

“Ainda no corrente ano, uma grande obra será inaugurada, a Ferrovia Norte-Sul. Que nasce no estado do Maranhão e, em grande parte, passa pelo Tocantins, Goiás e vai até o Rio de Janeiro. São 4,1 mil km de ferrovia. O Brasil despertou para o seu marco ferroviário. Coisas fantásticas temos feito por todo o Brasil. Mesmo com orçamento pequeno, porque temos teto de gastos, mas usando esse recurso de forma honesta, sobra dinheiro para muitas obras”, discursou Bolsonaro, na cidade de Araguatins (TO), já na divisa com o Pará, na região conhecida como Bico do Papagaio.

Discursando em um palco, ao lado de lideranças políticas e candidatos, o presidente exaltou o agronegócio, principal atividade econômica da região, que será beneficiada com a expansão e pleno funcionamento da Ferrovia Norte-Sul, por onde será escoada a produção local para outros estados e países.

“Aqui é uma área grande, voltada para o agronegócio. Vocês são orgulho do nosso Brasil. São a locomotiva da nossa economia. Vocês garantem a nossa segurança alimentar e a de mais de 1 bilhão de pessoas ao redor do mundo. O mundo, sem o Brasil, passa fome. E vocês sabem que temos um bom relacionamento com o mundo todo. Negociamos fertilizantes com a Rússia há seis meses. Graças a isso, está garantida a nossa produção no campo. Buscamos alternativas e, em poucos anos, seremos autossuficientes em fertilizantes no Brasil”, afirmou Bolsonaro.

O candidato abordou a questão da pandemia de covid-19, dizendo que comprou milhões de doses de vacina para a população, que pôde se imunizar. Ele também frisou que precisou aprovar o auxílio emergencial, para ajudar os necessitados.

“Em dois anos de pandemia, não faltaram recursos para nenhum estado ou município pelo Brasil. Compramos mais de 500 milhões de doses de vacinas para o povo, que tomou de forma voluntária. Atendemos os mais necessitados com o auxílio emergencial”, lembrou o presidente.

O candidato começou sua campanha na cidade de Imperatriz (MA), passando por Axixá do Tocantins (TO), onde fez um breve comício, e Augustinópolis (TO). No trajeto, Bolsonaro participou de motociata e andou em carro aberto, acenando para a população, que se reuniu à beira da estrada para ver a passagem do presidente.

Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.