As obras de preparação da COP 30 em 2025 estão fazendo Belém viver um “boom” econômico como há décadas não se via. São obras de infraestrutura em todos os cantos da metrópole de 1,4 milhão de habitantes que estão gerando milhares de postos de trabalho com carteira assinada e posicionando a capital entre os 20 municípios que mais criam empregos formais no Brasil. E nesse embalo de geração de empregos com carteira assinada, o poder de compra da população subiu, levando a uma corrida rumos às concessionárias para comprar carros e motos novos.
É o que apontam dados da frota, mantidos pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e analisados nesta quarta-feira (27) pelo Blog do Zé Dudu. Belém já é, em 2024, a 10ª cidade do país que mais emplacou veículos no período de janeiro a outubro deste ano.
Em dez meses, Belém ganhou uma “população” de 22.849 veículos nas ruas. Num paralelo didático, é como se a capital paraense tivesse recebido mais carros e motos que a população “de gente” inteira de São Domingos do Araguaia, vizinho de Marabá. No Brasil, só as cidades de São Paulo (323.888), Rio de Janeiro (70.794), Brasília (61.815), Curitiba (46.100), Manaus (44.448), Goiânia (37.038), Fortaleza (31.665), Salvador (30.127) e Guarulhos-SP (27.563) tiveram aumento de frota maior.
Atualmente, 555.863 veículos circulam pela metrópole do Pará, sendo que os carros de passeio e as caminhonetes totalizam 283.344 unidades e, por isso, representam 50,97% do total. Já as motos somam 209.662 veículos, 37,7% do total. Belém é uma das poucas cidades do estado onde o número de carros supera o de motos.
Marabá também é destaque
O Pará tem este ano seis das 100 cidades onde a população mais “charla” de veículo zero quilômetro. A força de Belém arrasta também a vizinha Ananindeua, que é a 33ª cidade do ranking e que ganhou 11.817 veículos nos últimos dez meses, superando capitais como Aracaju, Natal, Macapá, Porto Velho, Boa Vista e Rio Branco. Ananindeua fechou outubro com 190.047 veículos emplacados.
Mas o destaque, desta vez, vai para a cidade de Marabá, que voltou a superar Parauapebas em aquisição de veículos novos, o que não acontecia havia quatro anos. Na 63ª colocação, a cidade onde estão sendo erguidas duas novas pontes — uma sobre o Rio Tocantins, da Vale; e outra sobre o Rio Itacaiúnas, da prefeitura local — é também uma das que mais geram empregos com carteira assinada na Região Norte, e isso reflete em poder de consumo para a população.
De janeiro a outubro, Marabá emplacou 8.209 veículos novos, enquanto Parauapebas, na 65ª posição, emplacou 7.962. Com isso, a frota marabaense chegou a 157.887 unidades, ao passo que a de Parauapebas computa 146.802. As motos em Marabá somam 86.426 unidades (54,74% da frota), e em Parauapebas, 77.223 (52,3%).
O diferencial de Parauapebas, no entanto, é a existência de milhares de carros de “firmas”, com placa de fora, circulando pelo município em razão da prestação de serviços no robusto setor de mineração local. E Marabá, devido às obras da ponte da Vale, também está experimentando esse fenômeno, além de ser um entroncamento rodoviário, com rotas de saída rumo a Redenção (sul do Pará), Altamira (Transamazônica), Belém e Imperatriz (Maranhão).
Além dessas, fazem parte do pelotão das 100 cidades com maior aumento de frota automotora Castanhal (84ª), com 6.708 a mais e 108.071 veículos em circulação; e Santarém (96ª), com incremento de 5.909, totalizando 139.325. Outro destaque é a cidade de Canaã dos Carajás, que aparece em 105º lugar, tendo ganhado 5.466 veículos novos, o que fez a frota local disparar a 37.288 unidades, das quais 20.865 (55,95%) são motos.