O município de João Câmara, localizado a cerca de 80 km de Natal (RN), registrou um tremor de magnitude de dois graus na escala Richter, de acordo com o Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UNB). O abalo foi percebido pelos moradores da cidade por volta das 16h deste sábado (9).É a terceira vez que se verifica abalos no município. Os outros aconteceram em 1986 e 1989 e atingiram 5,0 e 5,1 graus na Escala Richter.
Ainda segundo o observatório da UNB, o epicentro do tremor foi identificado a cerca de 73 km da capital do Rio Grande do Norte. O registro de abalo é o segundo no Brasil nos últimos sete dias. No segundo dia de 2010 (último sábado), o Observatório Sismológico da Universidade de Brasília registrou um tremor de quase três graus na escala Richter no município de Sobral, no interior do Ceará.
Os terremotos no Brasil
No Brasil, os tremores de terra só começaram a ser detectados com precisão a partir de 1968, quando houve a instalação de uma rede mundial de sismologia. Brasília foi escolhida para sediar o arranjo sismográfico da América do Sul. Há, atualmente, 40 estações sismográficas em todo o país, sendo que o aparelho mais potente é o mantido pela Universidade de Brasília, que detectou o abalo no Rio Grande do Norte.
Há relatos de abalos sísmicos no Brasil desde o início do século 20. Segundo informações do "Mapa tectônico do Brasil", criado pela Universidade Federal de Minas Gerais, em nosso país existem 48 falhas, nas quais se concentram as ocorrências de terremotos.
O Nordeste é a região que mais sofre com abalos sísmicos. O segundo ponto de maior índice de abalos sísmicos no Brasil é o Acre. No entanto, mesmo quem mora em outras regiões não deve se sentir imune a esse fenômeno natural.
Alguns tremores de terra registrados no Brasil
O maior terremoto no Brasil ocorreu há mais de 50 anos, na Serra do Tombador, no Mato Grosso: atingiu 6,6 graus na Escala Richter. Mas há outros registros:
Mogi-Guaçu, São Paulo, 1922: 5,1 graus
Tubarão, Santa Catarina, 1939: 5,5 graus
Litoral de Vitória, Espírito Santo, 1955: 6,3 graus
Manaus, Amazonas, 1963: 5,1 graus
Noroeste do Mato Grosso do Sul, 1964: 5,4 graus
Pacajus, Ceará, 1980: 5,2 graus
Codajás, Amazonas, 1983: 5,5 graus
João Câmara, Rio Grande do Norte, 1986: 5,1 graus
João Câmara, Rio Grande do Norte, 1989: 5,0 graus
Plataforma, Rio Grande do Sul, 1990: 5,0 graus
Porto Gaúcho, Mato Grosso, 1998: 5,2 graus
Estado de Pernambuco: entre 2001 e 2005 foram registrados 1,5 mil tremores de terra de baixo impacto
Divisa entre Acre e Amazonas, 2007, 6,1 graus
Itacarambi, Minas Gerais, 09/12/2007: 4,9 graus (foi o primeiro tremor da história do Brasil que provocou 1 morte, 5 feridos e várias casas destruídas).
Com informações do Serviço Geológico do Brasil