Já com grande destaque em nível nacional, as amêndoas de cacau paraenses agora se projetam como as melhores também em nível internacional. A mais recente conquista é do produtor João Evangelista, do Assentamento Tuerê, no município de Novo Repartimento, sudeste do Pará.
A amêndoa de cacau híbrida produzida por ele ganhou prata no Cocoa of Excellence (Cacau de Qualidade), maior premiação mundial do segmento, realizada em Paris, na França. O resultado foi divulgado nesta quinta-feira (16), durante transmissão virtual. O Pará ficou atrás apenas do produtor da Bahia, João Fernandes.
Com isso, o Brasil continuou no topo, como o melhor produtor mundial de cacau, ficando com o primeiro e segundo lugar no concurso. Para o agricultor familiar, João Evangelista, conhecido pelos amigos como Rogério, o resultado foi muito gratificante e ele ainda não acredita que chegou tão longe.
O agricultor acompanhou a premiação em Ilhéus, na Bahia, onde participa do Festival de Chocolate, realizado pelo governo da Bahia. “Ouro é bom. Mas, prata também é bom demais. Esse resultado é uma alegria imensa não só para mim, mas para outros produtores da região. Eu não acreditava estar no meio das 50 melhores. Imagina saber que fiquei em segundo lugar. Conseguir essa posição é muito bom”, comemorou Evangelista.
Ele lembra que esse passo enorme, de estar sendo premiado com o reconhecimento mundial do seu produto, contou com o apoio do governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), da Fundação Solidaridad (em especial, do técnico Pedro Santos, que acompanha de perto o trabalho dos produtores apoiado pela instituição no Tuerê), da Cooperativa de Reflorestamento e Bioenergia e da Amazônia (Coopercau) e da Ceplac. “Eu só tenho a agradecer a todos por essa parceria. O incentivo é imenso”, enfatizou.
Considerada e reconhecida como um produto de qualidade, a amêndoa produzida no sítio JE de apenas oito hectares, recebe apoio do Procacau da Sedap. O coordenador do projeto, Ivaldo Santana, destaca que o resultado é muito importante, principalmente levando em consideração tratar-se de um agricultor familiar e do tamanho da propriedade.
“Ser premiado mundialmente é uma conquista muito grande ao produtor, ao estado do Pará, à Sedap e ao Funcacau (Fundo de Desenvolvimento da Cacauicultura do Pará), que apoia esses produtores e os resultados estão aparecendo”, pontua o coordenador.
Ele lembra que, no mês passado, três produtores do Pará levaram os primeiros lugares na premiação ocorrida em Ilhéus de melhor amêndoa do Brasil. “Esse é um marco divisório na preparação de amêndoa de qualidade, pois, a partir daí, os produtores que têm interesse em conseguir maior valor na sua amêndoa irão fazer um preparo de qualidade do seu produto visando alcançar os melhores preços no mercado”, observa Ivaldo Santana.
Tina DeBord- com informações da Sedap