Vai longe o tempo em que indígenas usavam arco, flexa e tacape para lutar entre si. Hoje o que vale em certas aldeias é a lei do gatilho. E foi assim, a tiros, que na última quarta-feira (5), o cacique Betire Kayapó matou outro cacique, Bemoti Kayapó. O crime ocorreu na aldeia Gorotire, Terra Indígena Kayapó, zona rural de Cumaru do Norte. O motivo da briga e do assassinato é uma área onde estaria havendo garimpagem clandestina de ouro.
Ambos os caciques, ao saberem da mineração ilegal e lucrativa, reivindicaram para si a área em que está ocorrendo a exploração. Uma confusão começou por causa disso e Bemoti passou com uma lancha voadeira por cima de Betire, que sofreu profundo corte no couro cabeludo.
O cacique se recusou a ser removido ao Hospital Regional do Araguaia, em Redenção. Preferiu ser socorrido em Cumaru, onde o ferimento foi suturado e ele levou 20 pontos na cabeça.
Após sair do hospital, Betire foi até a área que motivou o conflito e passou a dar tiros a esmo, ferindo gravemente dois indígenas que se encontravam no local e matando Bemoti.
Betire ainda incendiou a casa de Bemoti queimou parte do corpo do cacique morto e começou a organizar uma invasão à Casa da Saúde Indígena (Casai), em Redenção, onde se e encontra em tratamento a mulher de Bemoti, para matá-la também.
Os fatos foram comunicados ontem, quinta-feira (6), pela Coordenação Regional Kayapó Sul do Pará, da Funai, à Delegacia de Polícia Federal no Pará em Redenção e à Superintendência Regional de Polícia Civil do Araguaia Paraense.
Eleuterio Gomes – de Marabá, com informações do Repórter Jucelino Show, de Tucumã