Câmara de Belém gasta mais com servidores que 100 prefeituras do Pará

Cada belenense desembolsou 12 ou 13 centavos por dia para sustentar o funcionalismo do parlamento. Dinheiro seria suficiente para comprar 180 pães franceses para cada um dos 1,5 milhão de habitantes da capital. Despesa com pessoal literalmente tira pão da boca do pobre.

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A despesa do Poder Legislativo do município de Belém, para manter a estrutura de atuação dos 35 vereadores da metrópole paraense que possui 1,5 milhão de habitantes, entre os quais 1,01 milhão de eleitores, totalizou R$ 67.692.621,30 no decorrer de 2019. Isso, aliás, apenas em despesa com os servidores da Casa de Leis da capital do estado. A informação foi levantada com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu, que apreciou o Relatório de Gestão Fiscal (RGF) do 3º quadrimestre encaminhado pela Câmara de Belém ao Tesouro Nacional para prestação de contas do ano consolidado.

O Blog foi além e comparou: os gastos com os aproximadamente 1.000 servidores do legislativo belenense superam as despesas com pessoal de 107 prefeituras paraenses, entre as quais a de Capanema, que gastou ao longo de 2019 exatos R$ 65.731.779,68 com seus cerca de 2.100 servidores públicos.

Teoricamente, cada morador da capital teve de tirar pelo menos R$ 45,35 do bolso para custear o pagamento dos salários dos funcionários do parlamento municipal, algo em torno de 12 ou 13 centavos por dia. Esse valor seria suficiente para cada um dos habitantes comprar 180 pãezinhos franceses para saciar a fome durante 2019.

Apesar do valor robusto da folha de pagamento da Câmara de Belém, o montante está dentro do controle. Isso porque a receita líquida da capital paraense em 2019 foi de R$ 3.017.264.796,23 e, por isso, o impacto da folha do legislativo foi de apenas 2,24%, bem abaixo dos limites de alerta (5,4%), prudencial (5,7%) e máximo (6%) estipulados pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) para a despesa com pessoal do legislativo municipal.