Centenas de mulheres comemoraram o 8 de março, Dia Internacional da Mulher, realizando caminhadas por várias ruas e avenidas de Redenção. Muitas delas carregavam faixas com a inscrição “Mulher todos os dias são seus”, numa clara advertência de que não devem ser lembradas, amadas e respeitadas somente em um único dia do ano. Em outras faixas, clamavam também respeito e valorização à mulher, pois, mesmo diante de tantas conquistas na sociedade, o índice de violência doméstica ainda e alto.
Pelas ruas da cidade informativos foram entregues a fim de conscientizar a população do combate à violência contra a mulher. Após algumas horas de caminhada, o grupo se dirigiu à Secretaria de Assistência Social, onde todas participaram de um café da manhã e, logo após, de uma palestra sobre a valorização da mulher.
Poliana da Silva, 35 anos, relatou à Reportagem que já foi vítima da violência doméstica. “Casei nova, não tinha nenhuma experiência, meu marido saía de casa e voltava bêbado. E toda vez que ele bebia, me batia. Um dia ele tentou me enforcar, ganhei um soco no olho, minha família teve de intervir. Durante o tempo em que convivi com ele, registrei vários boletins de ocorrência. Lembro que precisei fazer tratamento com psicólogo. Graças a Deus, o casamento chegou ao fim”, contou a dona de casa.
A delegada Maria de Fátima Chaves dos Santos, titular Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), lamentou que, mesmo diante de tantas conquistas, o índice de ocorrências de violência contra a mulher ainda seja alto: “Sabemos que esta data é muito importante para nós mulheres. Todo dia é dia da mulher, também é importante que a mulher tenha consciência de seus direitos, que ela jamais aceite a violência dentro de casa. Seja ela física ou sexual”.
“A Delegacia da Mulher, destacou Maria de Fátima, é uma conquista e todas as que vierem a ser vítimas da violência doméstica devem denunciar no Disque Denúncia 181”, orientou. Ainda de acordo com ela, somente ano passado foram instaurados na Deam de Redenção, e remetidos à Justiça, mais de 300 inquéritos de violência doméstica.