Canaã dos Carajás 30 anos: mineração desenvolve profissionais do município

Operação e projetos de expansão da Vale em Canaã empregam mais de 15 mil pessoas
Jairo Alves enfrentou 2 mil concorrentes para entrar no Sossego, onde já está há 20 anos

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Canaã do Carajás, Parauapebas e Marabá estão entre as cidades brasileiras que mais arrecadam Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem), segundo a Agência Nacional de Mineração (ANM). Neste mês de outubro, a caçula entre elas, Canaã completou 30 anos de emancipação política. Junto com a arrecadação, o município vem expandindo com a atividade de mineração. Hoje, na cidade, a Vale e sua subsidiária em Metais Básicos – operam duas unidades, uma de ferro e outra de cobre na região. São mais de 15 mil trabalhadores empregados nas operações junto com os projetos de expansão que ocorrem atualmente. Cerca de 300 estão em aprendizado prático como trainees.

Nascido em Marabá, Jairo Alves Monteiro desde 2002 vem construindo sua história junto com a cidade de Canaã. Naquele ano, ele participava de um seletivo com 60 vagas concorrendo com outras duas mil para entrar para a unidade Sossego, a primeira em operação pela Vale em Canaã, inaugurada há 20 anos. “Eu tinha apenas o segundo grau, entrei na primeira turma local de aprendizes. A partir daí foram sete promoções até chegar a supervisor”, conta Jairo.

“Para mim, Canaã representa que podemos deixar um legado e contribuir com a cidade. Fui crescendo, fiz dois cursos técnicos em eletromecânica, cursei Gestão Empresarial pela Universidade da Amazônia e agora estou cursando Engenharia Mecânica, na Unisa Canaã. Sinto muita gratidão pela cidade e percebo que faço parte do crescimento e evolução ao mesmo tempo que a cidade evolui”, revela ele.

Doze anos depois da implantação do Sossego, entrava em operação na cidade, em 2016, a unidade de mineração de ferro Carajás Serra Sul (S11D). Antes mesmo do startup do projeto, Leonardo Marinho já integrava a equipe de operação de mina truckless.

Composto por quatro sistemas com escadeiras, britadores móveis e correias transportadoras, esta operação permite a redução significativa do número de caminhões na mina e desta forma 40% menos emissão de gases poluentes, comparada a uma mina convencional. Além disso, a unidade adota o processamento de minério a umidade natural, o que não gera rejeitos e dispensa o uso de barragens.

“Eu sinto uma profunda gratidão por tudo que Canaã dos Carajás tem proporcionado a mim e à minha família. Esta cidade é um exemplo de inovação, desenvolvimento e oportunidades, além de ser um modelo de mineração sustentável. Viver em Canaã é um privilégio, e fazer parte do sistema truckless é um verdadeiro orgulho”, destaca ele.

“Desde que comecei como trainee operacional, vi de perto como a tecnologia e a sustentabilidade podem caminhar juntas, transformando não só a mineração, mas também a vida das pessoas ao nosso redor. Hoje, como supervisor do sistema truckless no S11D, tenho a honra de contribuir para um futuro mais limpo e eficiente. Canaã não é apenas um lugar de trabalho, é um lar onde minha família e eu encontramos qualidade de vida e crescimento pessoal”, conta Leonardo.

Investimentos em capacitação

As histórias inspiram novos profissionais como Luzia Cristina Freire Mendes, 20 anos. “Tenho um carinho enorme por essa cidade onde sou nascida e criada, um sentimento enorme de gratidão. E hoje estar como participante do Programa de Formação Profissional (PFP), para mim representa oportunidades de crescimento, pretendo efetivar primeiramente e crescer dentro da Vale e fortalecer a minha cidade como referência de desenvolvimento”, conta Luzia.

Atualmente, cerca de 260 pessoas estão nas operações do Sossego e S11D, para vivência prática de uma profissão. Além do trainee, outro programa desenvolvido em parceria com o Senai é o Programa de Preparação para o Mercado de Trabalho (PPMT). De 2022 a 2024, foram capacitadas mais de 700 pessoas em 15 diferentes cursos. Outras 100 estão nas salas de aula.

Arrecadação é 33 vezes maior do que antes da operação de ferro

Neste ano de 2024, o valor gerado em Cfem em Canaã já é 33 vezes maior que em 2016, quando o S11D entrou em operação, à época foram gerados R$ 28 milhões em arrecadação.  O total deste ano gerado pelas operações da Vale e sua subsidiária Vale Metais Básicos é de R$ 954 milhões em Cfem em Canaã, depois vem o de Parauapebas, com R$ 944 milhões, e Marabá com R$ 164 milhões, segundo dados da mineradora até setembro de 2024.

(Ascom Vale)