Com greve deflagrada desde terça-feira (6), servidores públicos municipais de Canaã dos Carajás foram às ruas na manhã desta quinta-feira (8) para reivindicar reajuste salarial. Os funcionários, de várias secretarias de governo, se reuniram inicialmente na frente da Prefeitura Municipal. Por volta das 09 horas, a rua já estava tomada pelos manifestantes e, com o auxílio da Secretaria Municipal de Trânsito, a via foi interditada para o ato de reivindicação de direitos. Gritando palavras de ordem, o funcionalismo público canaense não se incomodou com o sol quente e manteve firme o protesto.
A luta pelo reajuste nos salários não vem de hoje. Segundo eles, já existe uma negociação com o governo desde o ano passado, mas o direito à readequação dos salários, e suas respectivas perdas inflacionárias, tem sido negado pelo poder executivo. Em carta aberta à população, a classe falou: “Diante do repetitivo discurso do governo e sua base aliada, de que não haveria possibilidade alguma de dar o reajuste, os sindicatos não tiveram outra alternativa a não ser promover atos públicos para despertar a opinião pública da sociedade e despertar toda a categoria que muitas vezes fica na defensiva.”
Presente no ato, Sheury Barros, atual presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Canaã dos Carajás (SISPUMCAC), falou sobre a manifestação: “O servidor gostaria de estar prestando um serviço de excelência para a população, mas infelizmente o acordo TAC (Termo de Ajuste de Conduta) venceu no dia 31 de janeiro e o prefeito se reuniu com os sindicatos e deixou claro que não existiria a menor possiblidade, e não haveria nenhuma proposta por parte do governo para o servidor público. Lá estava acertado as perdas inflacionárias de 2015, 2016 e 2017, que somavam 13% de reajuste, em cima do salário base do servidor. O prefeito simplesmente falou que não teria como atender essas reivindicações. Por isso, foi aprovado em assembleia esses atos públicos.”
Ainda em sua fala, a presidente reforçou a indignação do funcionalismo: “O servidor de Canaã entra em greve a partir do dia 19 de fevereiro. A receita de Canaã em 2017 teve um superávit de 10 ou 11 milhões. Eles alegam uma crise que a gente não consegue ver. Fazendo um contraponto a isso, em atitudes incoerentes, o prefeito contrata, faz contratos milionários, paga acessórias caríssimas só para o planejamento… Acho que isso é uma verdadeira afronta a todos nós. Não existe nenhuma forma de valorização do servidor na gestão de Jeová Andrade. O ato de hoje é para fazer com que ele reflita e olhe para esse povo que faz essa cidade.”
Com a frase que marcou o movimento, “servidor na rua, prefeito a culpa é sua”, os manifestantes entraram na Prefeitura Municipal e fizeram bastante barulho. Saindo de lá, todos marcharam em direção à Câmara Municipal, entraram na sede do legislativo, foram até a plenária e reclamaram da ausência de vereadores. Logo após isso, o grupo partiu em caminhada pela Weyne Cavalcante.
Parando o trânsito, o funcionalismo conseguiu chamar a atenção do público para a causa. Um novo ato em frente à sede do executivo já está marcado para a próxima quinta-feira (15). O protesto da próxima semana deverá ser o último antes do início da paralisação geral do serviço público municipal, prevista para o dia 19.
A reportagem procurou a Prefeitura Municipal para uma resposta sobre o assunto. De acordo com a Assessoria de Comunicação, o prefeito Jeová Andrade deverá se manifestar sobre o fato ainda nesta quinta-feira.