Uma operação conjunta da Polícia Federal com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Força Nacional desativou um garimpo ilegal de cobre no município de Canaã dos Carajás, sudeste paraense, na manhã desta sexta-feira (7). No mês passado, três garimpeiros ficaram presos em um poço aberto ilegalmente na mesma região.
Até o momento, foram inutilizados ou apreendidos dez motores estacionários, 15 acampamentos, duas canoas, um motor rabeta, duas armas artesanais e duas pás carregadeiras.
Os poços chegam a alcançar 50 metros de profundidade e 100 metros de comprimento total, trazendo risco à vida dos trabalhadores e, em muitos casos, trabalho análogo à escravidão.
Segundo o ICMbio, os poços de extração de cobre dão prejuízo estimado superior a R$ 362 milhões pela usurpação de bem mineral da união nos últimos cinco anos de funcionamento do garimpo, além de R$ 6,2 milhões de danos ambientais.
A ação é em cumprimento de mandado de busca e apreensão que autorizou destruição de máquinas e alojamentos usados no garimpo ilegal, dentro da Floresta Nacional de Itacaiunas. Ainda foram expedidos dois mandados de prisão contra pessoas suspeitas de financiar a extração ilegal de cobre, e realizada penhora solidária de R$ 6 milhões de três investigados para reparar danos ambientais e econômicos.
No local do garimpo ilegal existem diversas perfurações para a extração de cobre, com donos diferentes. A Polícia Federal trabalha na identificação de cada um deles. A região já foi alvo de diversas operações, porém a exploração ilegal retorna, muitas vezes com estrutura ainda maior.
A manutenção dessa atividade costuma ocorrer com apoio de financiadores de fora do estado, com investimento em construção de aporte de energia elétrica e transformadores de grande capacidade, casas de apoio com estrutura para alimentação e sono, afetando a biodiversidade local.
Na quinta (6), a PF deu apoio na desativação de áreas de garimpo ilegal, desta vez para extração de ouro, em Parauapebas. A atividade irregular é recorrente na região e polui rios essenciais para o abastecimento da cidade.
(Comunicação da Polícia Federal em Marabá)