Canaã dos Carajás: Vale firma parceria com cooperativa de catadores de material reciclável

Papel e plásticos gerados nas minas de Carajás serão doados para cooperativa, para serem comercializados e transformados em renda para famílias de catadores

Continua depois da publicidade

A Vale e a Cooperativ0a de Catadores de Canaã dos Carajás (Coolettar) firmaram parceria para doação de material reciclável recolhido das minas de Carajás Serra Norte e Serra Leste. Inicialmente, serão 13 toneladas por mês de papel e plástico destinados à Coolettar. Criada em 2014 por ex-catadores de lixão a céu aberto que existia na cidade, a cooperativa completou dez anos de atividades.

Segundo a Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema), na publicação Panorama dos Resíduos Sólidos 2023 Brasil, “o custeio adequado da gestão de resíduos não só garante a manutenção de serviços que protegem o meio ambiente e a saúde pública, como possibilita a adoção de tecnologias como reciclagem e aproveitamento energético, que contribuem para um modelo de economia mais sustentável”.

Dados da organização revelam que cerca de 33,3 milhões de toneladas de resíduos tiveram destinação ambientalmente inadequada no Brasil em 2022. Deste total, 27,9 milhões foram enviadas para os mais de 3 mil lixões que se estima haver no país. Somados a essa quantidade, 7% de resíduos não coletados, que equivalem a 5,3 milhões de toneladas, também foram lançados em locais de disposição incorreta.

Na Vale, todos os resíduos gerados têm destinação adequada junto a empresas homologadas. Agora, parte deste material, será doado para a cooperativa. Para o gerente geral da Central de Material Descartável (CMD) da Vale no Pará, Allan Silva, a parceria com a Coolettar é um caminho em direção a uma economia mais sustentável.

“O propósito da Vale é investir em ações e empreendimentos comunitários da região, com a atuação relevante para a sociedade, promovendo desenvolvimento local, ao mesmo tempo que gera renda, protege o meio ambiente e colabora para o combate às mudanças climáticas e seus efeitos nocivos, como as enchentes,” destaca.

A presidente da Coolettar, Valeria Pereira, afirma que a parceria garante maior independência e sustentabilidade para a cooperativa. “Essa nova parceira com a Vale é de suma importância, porque há muito tempo eu sonhava em ter uma forma de trabalhar de forma mais independente do recurso público [a Prefeitura de Canaã repassa recursos financeiros para a cooperativa a cada 20 toneladas coletadas]. Esta parceria com a mineradora fará muita, mas muita diferença, e irá aumentar bastante a nossa renda. E com ela, a nossa esperança”, contou Valeria com entusiasmo. Por mês, em média, a Cooperativa, composta por 17 famílias, coleta e destina de forma adequada cerca de 50 a 60 toneladas de resíduos em Canaã dos Carajás.

Desde 2022, a Coolettar também recebe material reciclável da unidade Sossego da Vale Metais Básicos, localizada em Canaã dos Carajás. Mais de 205 toneladas de sucata de papel e plástico, latas de alumínio e big bags (sacolas grandes) não contaminadas já foram doadas à cooperativa.

Anteriormente, a Vale apoiou a cooperativa com doação de equipamentos de segurança, máquinas para prensar o resíduo e veículos para coleta. Desde a sua fundação, a Coolettar contou também com assessoria nos processos produtivos, gestão, governança e comercialização e, ainda, participou de capacitações e formação empreendedora.

Você sabia?

  • O plástico na natureza demora entre 400 a mil anos para se decompor. O metal mais de 200 anos e o vidro mais de 1.000 anos;
  • Estima-se que o brasileiro tenha gerado uma média de 1 quilo de resíduos sólidos urbanos (RSU) por dia em 2022, segundo o relatório Panorama de Resíduos Sólidos 2023;
  • Aproximadamente 77,1 milhões de toneladas de RSU foram geradas no país em 2022. Isso corresponde a mais de 211 mil toneladas de resíduos geradas por dia, ou cerca de 380 kg/habitante/ano (Panorama de Resíduos Sólidos 2023);
  • Em 2022 foram coletados 93% dos resíduos sólidos gerados no Brasil, o que corresponde a 71,7 milhões de toneladas;
  • Porém, desse total coletado, 27,9 milhões foram enviadas para os mais de 3 mil lixões que se estima haver no país. Somados a essa quantidade, os 7% de resíduos não coletados, que equivalem a 5,3 milhões de toneladas, também foram lançados em locais de disposição incorreta. Com isso, estima-se que cerca de 33,3 milhões de toneladas de resíduos tiveram destinação ambientalmente inadequada no Brasil em 2022;
  • Lixo destinado de forma incorreta é um dos motivos que favorece enchentes, muitas vezes sacolas plásticas e outros objetos impedem a passagem de água por bueiros, entupindo sistemas de drenagem.

(Ascom Vale)