Apesar da administração do prefeito em exercício, Sargento Palmeira, de Água Azul do Norte estar em pleno andamento, é grande a especulação em relação à situação política do município no que diz respeito ao resultado das eleições do ano passado.
O candidato que obteve a maioria dos votos ( o médico José Lourenço (PSB) obteve 58,15% dos votos válidos ) não pode assumir e certamente haverá outra eleição, mas não está descartada a possibilidade de sua posse.
José Lourenço garante que foi e está sendo vítima de uma manobra orquestrada pelo ex-prefeito de Xinguara, Davi Passos (PT), com o objetivo de lhe prejudicar e beneficiar o candidato concorrente, Deusmir Gonçalves (PT).
Durante o tempo em que Davi foi prefeito de Xinguara, José Lourenço trabalhou no município como médico auditor concursado. Segundo ele, por ter opinião própria e não aceitar fazer irregularidades e questionar coisas erradas na Saúde Pública acabou contraindo uma animosidade com o então prefeito e sua esposa, então secretaria de saúde do município e por essa razão foi arrolado injustamente para responder um Processo Administrativo Disciplinar (PAD).
Na época houve confronto acirrado entre o médico e o prefeito, mas, antes do julgamento do PAD o médico e o prefeito fizeram um acordo, o que parecia ter sido o fim da briga: a prefeitura pagou salários atrasados ao médico e o mesmo solicitou sua demissão. Esta aceita pelo prefeito.
Porém, dois anos após, quando Lourenço deu entrada em seu registro de candidatura para prefeito de Água Azul do Norte foi surpreendido. O Partido dos Trabalhadores, sigla do então prefeito de Xinguara, Davi Passos, ingressou na justiça tendo em mãos o julgamento da sindicância de quando o médico foi desligado da prefeitura Xinguara com o relatório dizendo que João Lourenço havia sido demitido à bem do poder público. Desta forma o médico estaria inelegível pela Lei da Ficha Limpa, que prega em um de seus artigos: “o servidor demitido a bem do poder público perde os direitos políticos”.
“Foi uma grande covardia do senhor Davi Passos, tudo para beneficiar o seu correligionário de partido que disputava comigo”, esclarece Lourenço. O médico disse que perdeu os recursos impetrados tanto em Xinguara quanto em Belém porque, passados mais de um ano, teria jogado os papeis e provas do acordo no lixo, não tendo como provar o contrário. “Joguei no lixo pois jamais imaginei que o senhor Davi teria coragem de fazer isso com uma pessoa”, explicou Lourenço.
Por causa do imbróglio, a justiça eleitoral negou diplomação e posse à Jose Lourenço. O médico recorreu da decisão ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e aguarda o julgamento do caso.
Com informações do Jornal A Notícia