Em um escritório na Avenida Rebouças, em São Paulo, o empresário Aleksandar Mandic instalou seu comitê eleitoral. Ele concorre a uma vaga de deputado federal pelo DEM. Mas, ao contrário de seus concorrentes, ele não planeja andar pelas ruas da cidade, apertar a mão dos eleitores ou sair em carreata com carro de som e bandeiras. A campanha faz jus à sua história de sucesso empresarial na área de telecomunicação e, por esse motivo, Mandic resolveu se autodenominar "candidato 2.0". Sua corrida ao Congresso será toda virtual: fez de um blog seu principal canal de comunicação, disponibilizou na internet seu celular e lançou o santinho eletrônico, para seus simpatizantes receberem, pelo iPhone, um cartão com sua foto e seu número.
"Creio que estou adiantado no tempo. Sou o primeiro candidato 100% online", afirma, com orgulho. Mandic passa seus dias de campanha no comitê decorado com pufes, iluminação discreta e tapetes com desenhos de formas geométricas e rede Wi-Fi aberta a até um raio de 400 metros de distância do imóvel. Mesmo aberto ao público, o comitê não costuma receber muitas visitas. Em compensação, seu blog, que é seu QG de campanha, já recebeu quase 6 mil curiosos. E ainda tem as redes sociais, Twitter, Facebook, Linkedin e Foursquare.
De acordo com ele, a campanha pela web torna mais rico o contato com a população. "Na rua, o eleitor vai apertar minha mão, mas não vai desenvolver uma conversa comigo, uma troca de ideias. Na internet, a pessoa pode fazer tudo isso porque estou sempre acessível", explica Mandic. No site, é possível ver propostas de eleitores e pedidos do candidato para que o visitante discorra mais sobre sua sugestão.
No endereço da web, o paulistano filho de iugoslavos postou seus projetos de campanha e permite a troca de sugestões, a apresentação de qualquer tipo de reclamação e até mesmo a indicação de vagas de emprego. Ao se cadastrar, o visitante do blog pode informar se ele procura trabalho. Uma ferramenta, então, vasculha a região informada pelo eleitor e mostra opções disponíveis naquele momento.
Santinho eletrônico. Outra novidade é o santinho eletrônico inteligente – e Mandic faz questão de frisar o "inteligente". Consiste, a princípio, em um cartão digital com a foto e o número do candidato para usuários do iPhone. Com ele, o eleitor recebe uma orientação do caminho onde está até sua zona eleitoral. Além disso, o aplicativo informa a localização do comitê. E mais, dá a localização do próprio candidato. Por meio do Foursquare, indica com um ponto no mapa onde ele está naquele determinado momento.
"Vou me dedicar à minha parte, que é a internet", afirma. "Não posso ser igual ao pato, que anda, nada e voa e faz tudo isso mal", compara. Mas Mandic deixa claro que essa posição não significa descaso com outras preocupações do país, como saúde e educação. Explica que apenas "não vai se meter" a fazer projetos a respeito de assuntos que não domina. Sua autoridade está na web: foi um dos precursores do ramo de provedor de internet no Brasil, ganhou inúmeros prêmios na área e foi sócio-fundador do iG. Virou até case em Harvard.
Suas principais propostas são o Wi-Fi para Todos, com internet gratuita em praças, escolas e áreas comunitárias, e a Infovias, que prevê internet sem fio nas estradas pedagiadas do País. "Marechal Rondon fez rodovias, e Mandic dará Infovias", promete ele, que anda sempre com o celular pessoal e o de campanha por perto. "Pena que esse não tem tocado tanto", lamenta. Se sua campanha virtual e suas propostas vão "pegar", ele só vai saber quando o resultado das urnas for apurado.
Fonte: Agência Estado
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2 comentários em “Candidato paulista quer ser o primeiro eleito em campanha 100% virtual”
é meu caro zé, esse ai nao quer ver nem os eleitores, os outros pelo menos na campanha aparece esse ai nem isso. talvez da certo pra ele assim como deu certo pro darci. nao tinhamos escolha podia ser pt / darci / ou faisal, eram os unicos com chances de ganhar, ja conheciamos o faisca e queriamos apostar em melhoras deu no que deu, falta tudo………
Cada uma!
bom pra ele, né?
mas o povo brasileiro tende a aparelhar-se nestas novidades, nem que seja de revolta com aqueles ou aquele que supostamente conhece. (ver: meu nome é Eneias; deu certo!)
Mas, isso tudo é muito relativo: depende do ângulo observado pelo aspecto analizado.
Talvez seja a grande saída para os candidatos que não suportam os arroubos do povo.