Por Ulisses Pompeu – de Marabá
Mesmo antes de iniciar a campanha eleitoral em Marabá, já havia prenúncio de que João Salame (PPS) e Maurino Magalhães (PR) iriam engatilhar seus discursos contra Tião Miranda (PTB) na mesma direção: Carajás. Ambos tentavam emplacar a imagem em Tião como o “candidato do não”. Quando a propaganda começou na TV e no rádio, no dia 21 de agosto, este cenário ficou comprovado e os dois candidatos que estavam em segundo e terceiro lugar nas pesquisas (João e Maurino), passaram a alfinetar Tião direta e indiretamente e argumentar que ele é o candidato do “não”, pois é apoiado pelo governador, que havia se posicionado contra a criação do Estado do Carajás.
Duas semanas após a propaganda na TV e rádio iniciar, Tião tirou da cartola um programa inteiro em que mostrou sua participação na luta pela criação do Estado do Carajás e na campanha do Plebiscito. O programa do Horário Eleitoral Gratuito apresentou, inclusive, depoimentos de três deputados estaduais – Martinho Carmona, Celso Sabino e próprio João Salame – os quais reconheceram que Tião teve participação destacada na campanha pela criação do Estado de Carajás.
A coligação do deputado João Salame, que concorre à Prefeitura de Marabá, ingressou na Justiça Eleitoral na última sexta-feira, 31 de agosto, alegando que o programa de Tião estaria usando sua imagem indevidamente e pediu ao juiz da 100ª Zona Eleitoral de Marabá, Eduardo Antônio Martins Teixeira, que determinasse a retirada de sua imagem e também dos outros dois deputados estaduais, Martinho Carmona e Celso Sabino.
O magistrado, ao analisar a petição, segundo Glênio de Souza, chefe do Cartório Eleitoral da 100ª ZE, indeferiu o pedido da coligação de João Salame. “A legislação diz que é proibida a montagem, a trucagem, mas neste caso parece estar tudo contextualizado”, explica Glênio.
Depois da exibição do programa de Tião Miranda, nem João Salame nem Maurino voltaram a tocar no assunto Carajás no Horário Eleitoral Gratuito. Resta saber até quando será a trégua.
Ontem, a reportagem conversou sobre o assunto com o deputado João Salame, para saber se ele vai continuar enfocando a não participação de Tião na causa de Carajás ou se considera o assunto vencido. Ele argumentou que não, pois avalia que “Tião participou da luta no início da campanha Pró-Carajás e depois se ausentou. Quem tem de se explicar é ele, eu participei do início ao fim da campanha”, sintetizou.
Maurino não foi encontrado para comentar a discussão sobre Carajás na campanha eleitoral.
1 comentário em “Carajás virou embate nos primeiros programas de TV em Marabá”
Na minha opinião se ele sempre foi contra a criação dos novos estados, não há problema nenhum, é um direito dele. Agora, se era favorável no início da camapnha e depois caiu fora em troca de apoio do Governador à Prefeitura, fica claro que é um traidor, um vendido e não merece gerir a cidade que era sede do sonho de Carajás.
Aliás, nenhum candidato do Jatene deveria ser eleito para gerir nenhuma das cidades que apoiaram o sonho do Carajás e Tapajós. Mas, a memória do povo é curta, principalmente quando vota com o estômago, como ocorre aqui no Brasil. Um bom exemplo disso foi a reeleição do Lula após aquele fiasco do mensalão.