Caso Ana Karina: criada uma força-tarefa da Polícia Civil para tentar agilizar as investigações

O titular da Delegacia do Interior da Polícia Civil do Pará, delegado Miguel Cunha, anunciou ontem que por determinação da Delegacia Geral foi criada uma força-tarefa, formada por delegados e investigadores, que irá se deslocar para o município de Parauapebas para auxiliar na elucidação do misterioso desaparecimento da jovem Ana Karina Guimarães, grávida de nove meses, desaparecida desde o dia 10 de maio. Ontem de manhã, chegaram ao Centro de Perícias Científicas (CPC) Renato Chaves, em Belém, lençóis e travesseiros manchados de sangue, telefones celulares, um livro, objetos pessoais e um aparelho para aplicar choques elétricos, todos recolhidos da casa do principal suspeito, o pecuarista Alessandro Camilo, o "Macarrão", que seria o pai do filho que Ana Karina esperava. Além disso, o Instituto Médico Legal (IML) de Marabá recolheu amostras de sangue da mãe e da irmã de Ana Karina, para exames de DNA, que serão comparadas com o sangue encontrado na casa do fazendeiro.

Ontem à tarde, a polícia anunciou que vai pedir à Justiça a quebra do sigilo bancário e telefônico do pecuarista Alessandro Camilo e de Ana Karina Guimarães, para verificar se foram feitos depósitos nas contas da jovem desaparecida e o teor dos últimos contatos telefônicos mantidos entre ambos. As investigações também estão voltadas para a noiva do pecuarista, que teria um temperamento agressivo e que estaria contrariada com a gravidez de Ana Karina, uma vez que o pai da criança seria o seu noivo, Alessandro Camilo. Como teve custódia provisória negada pela Justiça, com o surgimento de novidades nas investigações, a polícia trabalha com a hipótese de pedir a decretação da prisão preventiva da mulher.

O pecuarista Alessandro Camilo, o "Macarrão", permanece preso no quartel da Polícia Militar de Parauapebas. A advogada do empresário, Betânia Maria Amorim Viveiros, ingressou, na sexta-feira, 21, no Tribunal de Justiça do Estado (TJE), com pedido de habeas corpus. No entanto, o desembargador Ronaldo Marques Valle, para quem foi distribuído o processo, reservou-se a apreciar a possibilidade de conceder a liberdade, liminarmente, após as informações que foram requeridas ao juízo da comarca de local. Em Parauapebas, a Câmara Municipal criou uma comissão especial para acompanhar o caso de perto, uma vez que as autoridades do município estão sendo pressionadas pela sociedade.

Na tarde de ontem, os vereadores divulgaram uma nota pública ressaltando que a comissão que acompanha as investigações conversou reservadamente com o delegado André Albuquerque, que preside o inquérito, chegando à conclusão que as investigações policiais vêm evoluindo de forma adequada, tendo em vista a complexidade do caso, ressaltando que os vereadores entendem que até a presente data a polícia vem tendo o devido suporte pericial e logístico necessários à completa elucidação do caso.

"A ausência do corpo e as várias linhas de investigação tornam imprescindível e redobrada cautela e que sejam respeitados os trâmites e prazos legais", encerra o documento. A nota é assinada pelos vereadores Percília Rosa Martins, presidente da Comissão; Wolner Wagner de Sousa; Israel Barros; e Faisal Salmen.

Ontem de manhã os vereadores se reuniram com o promotor que acompanha o caso, Januário Constâncio Dias Neto, e à tarde uma equipe do Corpo de Bombeiros se dirigiu até uma área rural situada no loteamento Cidade Jardim. No local, os bombeiros foram checar informações de que uma mulher teria dado à luz uma criança no meio da mata fechada. "Infelizmente não encontramos nada", disse o chefe da equipe, ressaltando que nenhuma pista ou informação está descartada. Desde o desaparecimento de Ana Karina, o Disque-Denúncia já recebeu milhares de ligações informando sobre o provável paradeiro da jovem.

Fonte: Portal ORM por EVANDRO CORRÊA

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