As investigações da polícia maranhense sobre o assassinato do jornalista e blogueiro Décio Sá serão prorrogadas por mais 30 dias, assim como a prisão temporária (também por mais 30 dias) de dois suspeitos detidos por envolvimento com o crime, ocorrido no dia 23 do mês passado.
A informação foi transmitida ao repórter Oswaldo Viviani, do Jornal Pequeno, hoje (22) pelo secretário de Segurança Pública do Maranhão, Aluísio Mendes.
Faltando um dia para o homicídio completar um mês, a polícia ainda mantém sigilo sobre o que está apurando. Uma força-tarefa composta por seis delegados investiga o caso, que a própria polícia classifica de “crime de encomenda”.
Ao JP, o secretário Aluísio Mendes disse que o crime é complexo e não há como fazer uma previsão em relação ao tempo em que será elucidado. “Todas as linhas estão sendo investigadas. Tudo o que você pensar”, afirmou Aluísio ao JP.
Fábio Roberto Cavalcante Lima, o “Fabinho”, e Valdenio José da Silva, presos três dias após o assassinato, seguirão detidos. A polícia não informou qual o grau de participação dos dois no crime.
O crime
Décio Sá, 42 anos, trabalhava na área política do jornal O Estado do Maranhão – de propriedade da família Sarney – e tinha um blog controverso, com postagens sobre políticos e outras personalidades maranhenses.
Ele foi assassinado na noite (22h40min) do dia 23 de abril, uma segunda-feira, quando esperava amigos no bar Estrela do Mar, na Avenida Litorânea (orla de São Luís-MA).
Segundo depoimentos de testemunhas oculares, um homem de fisionomia indígena (pele morena, cabelo liso preto, olhos puxados, de 27 a 30 anos) entrou no bar, parou alguns segundos perto do balcão, puxou uma pistola ponto 40 e se dirigiu, de arma em punho, a Décio, que estava sentado numa mesa.
Décio ainda teria dito para o pistoleiro: “Não faz isso, rapaz”, mas o criminoso atirou quase à queima-roupa, atingindo o jornalista, segundo o laudo do Icrim-MA, seis vezes – três na cabeça e três nas costas.
Depois de cometer o crime, o pistoleiro teria fugido numa moto CG Titan (preta ou vermelha), que o aguardava no outro lado da avenida. Cerca de um quilômetro depois, segundo testemunhas, desceu da moto, escalou uma duna e, numa rua do outro lado, prosseguiu a fuga num carro. Ao menos três pessoas o teriam ajudado a fugir.
A missa de um mês da morte do jornalista será amanhã (23), na Igreja Nossa Senhora da Conceição, no bairro do Monte Castelo, às 17 horas.