O cemitério Jardim da Saudade, localizado na Rodovia Faruk Salmen, no Bairro Vila Rica, só tem capacidade para sepultar mais 1.200 corpos. O cálculo é do encarregado da necrópole, Juvenal de Lima Freire, servidor da Secretaria Municipal de Urbanismo da Prefeitura de Parauapebas. Inaugurada em 11 de janeiro de 2000, a cidade dos mortos registrava, nos primeiros anos, perto de 28 enterros por mês, entre recém-nascidos, crianças, jovens, adultos e idosos. Hoje, quase 20 anos depois, os enterros variam entre 40 e 50 mensalmente, totalizando, pela estimativa do administrador, aproximadamente 12 mil corpos.
“Hoje, a maioria dos enterros é de jovens, na faixa dos 15 a 25 anos, que morrem em acidentes ou são assassinados. Já os mortos por suicídio são poucos, não passam de cinco ou seis ao ano, a maioria por enforcamento”, traça Juvenal um breve perfil das pessoas enterradas atualmente.
Sobre os corpos que ficam na geladeira, Juvenal esclarece que o tempo máximo de permanência é 30 dias. Após esse prazo, caso não apareçam parentes para resgatar o morto e providenciar o sepultamento, o Ministério Público autoriza que eles sejam enterrados como indigentes.
Segundo ele, uma área às margens da Rodovia PA-275 está sendo preparada para ser o novo cemitério de Parauapebas, mas não é possível garantir que ainda este ano comecem a acontecer sepultamentos ali, porque ainda é necessário terraplenar, escavar poço e murar o terreno. “E isso demora um pouco por causa da burocracia. Tudo tem de ser feito com licitação e tudo mais, de acordo com a lei”, observa Freire.