Os resultados da Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física (PIM-PF) regional, divulgados nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que a atividade da indústria paraense ficou 1,3% menor em 2019. Parece incoerência, já que justamente no ano passado o Pará se consolidou como o 5º maior exportador de commodities do Brasil, atropelando Paraná e Mato Grosso, mas a realidade é que houve diminuição sensível na produção física do estado, amplamente justificada pela diminuição da lavra de minério de ferro na Serra Norte de Carajás, situada no município de Parauapebas. A informação foi levantada pelo Blog do Zé Dudu, que analisou o estudo recém-lançado do IBGE.
É necessário entender, em primeiro lugar, que produção física diz respeito ao volume de commodities produzido e mensurado em tonelagem. Nesse quesito, a tonelagem do Pará é altamente centralizada na produção de minério de ferro, cuja lavra é realizada pela multinacional Vale. Foi a empresa a responsável — ainda que sem querer e indiretamente — por colocar o Pará nas estatísticas de produção industrial do IBGE, devido ao volume robusto de minério extraído por aqui. Em seguida, entraram na cesta para diversificar a produção industrial cobre, alumínio, barras de aço, alimentos, bebidas, papel e produtos de madeira.
Ocorre, porém, que o peso do minério de ferro é preponderante sobre os demais itens exportados e foi ele quem puxou a produção paraense para baixo. Enquanto, por exemplo, a produção metalúrgica registrada em Marabá e Barcarena aumentou, segundo o IBGE, 0,56% ao longo de 2019, a extração de minério de ferro caiu 1,9% no mesmo período.
O Blog do Zé Dudu cruzou dados do IBGE com os do Ministério da Economia e concluiu que em 2019 a Vale produziu no Pará 178,94 milhões de toneladas de minério de ferro, que lhe renderam 11,64 bilhões de dólares. No ano de 2018, foi alcançada a maior produção, 190,37 milhões de toneladas, porém com valor de vendas menor, 9,2 bilhões de dólares. Isso se explica pelo fato de a cotação do minério de ferro ter sido consideravelmente maior no ano passado, mesmo com produção física inferior.