O valor nominal referente ao Custo da Cesta Básica de Consumo Familiar em Marabá no mês de setembro foi de R$ 1.640,85, sendo inferior ao valor do mês agosto, de R$ 1.685,38. Significa uma queda de 2,04%, e portanto, um ganho de R$ 44,53 no orçamento familiar. Os dados são do Laboratório de Inflação e Custo de Vida (Lainc), da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa). Mas ainda não há motivos para comemoração.
A cautela dos pesquisadores se deve ao fato de que, mesmo baixando, a cesta básica ainda se mantém R$ 428,85 superior ao valor nominal do salário mínimo, o que representa uma restrição de acesso à totalidade dos itens da Cesta de Consumo Familiar, impondo à família de baixa renda a ter que fazer escolhas de que itens de consumo não serão adquiridos, ou procurar alternativas de trabalho e renda para complementar a renda familiar.
De acordo com o professor José Stênio, pesquisador do LAINC/Unifesspa, em 68,85% dos lares de Marabá os chefes de faília recebem até um salário mínimo, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Isso é assustador,” resume.
Ele vai mais longe e observa que essa grande quantidade de famílias vivendo com rendimento tão baixo pode desaguar em outro problema grande em Marabá. “Nós achamos que já é comum ou já é evidente a insegurança alimentar,” alerta o professor, ao reafirmar que os dados são do IBGE.
Inflação também caiu
Contudo, o último boletim do LAINC também mostra que a pressão inflacionária foi menor no mês passado: caiu de 0,83% em agosto para 0,43% em setembro. Portanto, a perda do poder aquisitivo da renda familiar em Marabá foi menor.