Com portfólio de 228 produtos da terra exportados rumo ao além-mar no mês passado, o Pará viu grandes figurões de sua cesta literalmente sumirem do mapa, entre os mais importantes. O cobre, por exemplo, tradicionalmente a segunda commodity comercial mais requisitada, não aparece sequer entre os 15 principais. Mas foi o desempenho — negativo — da soja o que mais surpreendeu, já que ela “viajou” para a 44ª posição.
As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu, que analisou microdados da balança comercial liberados nesta terça-feira (8) pelo Ministério da Economia [Confira a tabela com os produtos mais exportados em janeiro no final do texto.]. Devido ao desempenho fraco de alguns de seus produtos mais desejados pelos gringos, o Pará, que transacionou 1,43 bilhão de dólares, foi ultrapassado em janeiro pelo Rio Grande do Sul (1,629 bilhão) em exportações. A liderança do ranking segue sendo dos estados de São Paulo (3,705 bilhões), Minas Gerais (2,263 bilhões) e Rio de Janeiro (1,912 bilhão).
O minério de ferro, como sempre, ocupou o topo das exportações, tendo movimentado 1 bilhão de dólares, seis vezes e meia mais que o segundo colocado, o óxido de alumínio, que teve 140,83 milhões de dólares embarcados. Integrante da “nata”, o cobre — que é produzido nos municípios de Marabá, Canaã dos Carajás e Curionópolis — caiu para a 16ª posição, com pífia movimentação de 4,6 milhões de dólares, uma das mais fracas receitas desde que o estado passou a ser exportador.
Ainda assim, o que mais chama a atenção na lista dos dez produtos mais exportados pelo Pará é a entrada da pimenta, produto no qual o estado é especialista, mas que não figurava havia muito tempo no pelotão principal. Ocorre que devido a saída do cobre e da soja da lista de elite, a pimenta “subiu” e marcou presença na nona posição, com 12,17 milhões de dólares exportados.
Na lista estendida para até a 15ª colocação, também aparecem petróleo (5,11 milhões de dólares) e peixe (5,07 milhões), duas grandes surpresas. O Pará até tem reservas de petróleo, mas não chega a ser um grande produtor brasileiro. Em se tratando de pescado, o estado é vice-líder nacional, atrás apenas do Ceará, mas o volume produzido de peixes nunca foi tão expressivo como agora.
Destinos das commodities
Os países do oriente são os principais mercados consumidores dos produtos paraenses há um bom tempo. Em janeiro, China, Japão e Malásia lideraram as compras e, juntos, participaram com 65% das importações totais das commodities do estado. A China comprou 691,64 milhões de dólares, seguida do Japão, com 151,03 milhões, e da Malásia, com 79,58 milhões. Os Estados Unidos aparecem em quarto lugar, com 64,78 milhões.
Também fizeram compras expressivas de produtos da terra a Noruega (49,04 milhões de dólares), o Canadá (43,84 milhões), a França (42,32 milhões), a Itália (37,2 milhões), a Holanda (31,2 milhões) e a Coreia do Sul (31,07 milhões). Ao todo, 85 países fizeram compras da maior praça de exportações da Região Norte.