Folhapress
Em mais uma etapa da discussão com o governo sobre o pagamento da compensação pela exploração mineral, a Vale reconheceu, em seu balanço, uma perda provável de US$ 542 milhões (R$ 1,1 bilhão) relacionada aos royalties de mineração no Brasil, a chamada CFEM.
Segundo a mineradora, esses recursos foram provisionados porque houve uma “mudança na avaliação da perda associada à dedução dos custos de transporte da receita de vendas sujeita”, tema em discussão com o governo, que cobra da mineradora o pagamento extra de cerca de R$ 4 bilhões.
O provisionamento foi um dos fatores que contribuiu para a redução de 58% no lucro da companhia no terceiro trimestre, que ficou em R$ 3,3 bilhões. O principal efeito, porém, veio da queda dos preços do minério de ferro.
Para Luciano Siani, diretor financeiro da Vale, a provisão “reflete o reconhecimento de perda provável”. O executivo disse, no entanto, que o assunto ainda está sob discussão com o governo e não quis estimar outras possíveis baixas contábeis ocasionadas por possíveis pagamentos extraordinários de royalties contestados pelo governo.
“A regra diz que devemos provisionar no balanço. mas não há nenhuma outra perda provável além desse valor”, disse.