O site Folha.com informa que um perfil falso do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) no Orkut postou sete dias antes do ataque à Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo (zona oeste do Rio), uma mensagem que falava de uma chacina que ocorreria num colégio.
“Nem estou chorando, apenas me preparando para uma chacina que irei fazer no colégio que fui bulinado. Em breve teremos um documentário estilo Columbine nas telinhas nacionais. Aguardem…”, diz o texto, em referência à chacina na Columbine High School em Littleton, no Colorado, em 1999, quando dois adolescentes armados mataram 12 estudantes e um professor e, depois, cometem suicídio juntos.
A assessoria do deputado informou que Bolsonaro não tem conta em redes sociais. O nome do parlamentar está em evidência desde o último dia 28, quando, no quadro “O Povo Quer Saber”, do programa CQC, da TV Bandeirantes, a cantora Preta Gil perguntou como ele reagiria se seu filho se apaixonasse por uma negra.
O parlamentar, que tem um extenso histórico de polêmicas relacionado a direitos civis e humanos, respondeu: “Preta, não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco e meus filhos foram muito bem educados. E não viveram em ambiente como lamentavelmente é o teu”.
Bolsonaro alegou não ter tido a intenção de fazer nenhuma declaração racista. Disse que, na realidade, pensou que a pergunta se referisse a um relacionamento gay. “Essa se encaixa na resposta que eu dei. Para mim, ser gay é promíscuo, sim.”
A foto de Bolsonaro já foi tirada da página no Orkut e substituída por outra, agora com o nome de Layne Staley.
Ontem, Wellington Menezes de Oliveira, 23, invadiu uma escola no Rio e matou a tiros 12 alunos, dez meninas e dois meninos. Outras 12 pessoas ficaram feridas. O atirador, baleado pela polícia, cometeu suicídio.
CRIME
Durante o tiroteio, um garoto, ferido, conseguiu escapar e avisar a Polícia Militar. O policial militar Márcio Alexandre Alves relatou que o rapaz chegou a apontar a arma para ele quando estava na escada que dá acesso ao terceiro andar do prédio, onde alunos estavam trancados em salas de aula.
O policial disse ter atirado no criminoso e pedido que ele largasse a arma. Em seguida, Oliveira caiu no chão e se matou com um tiro na cabeça.
A motivação do crime será investigada. De acordo com a polícia, o atirador usou dois revólveres e tinha muita munição. Além de colete a prova de balas, usava cinturão com armamento.
Em carta (leia íntegra aqui), o criminoso fala em “perdão de Deus” e diz que quer ser enterrado ao lado de sua mãe.
A escola atende estudantes com idades entre 9 a 14 anos, da 4ª a 9ª série, segundo a Secretaria Municipal da Educação. São 999 alunos, sendo 400 no período da manhã.